PF deflagra operações contra golpistas em seis Estados e no Distrito Federal; veja quatro presos

Da esquerda para a direita: Renan Sena; Ramiro Alves, Soraia Bacciotti e Randolfo Dias (Arte: Mateus Moura/CENARIUM)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – A Polícia Federal (PF) cumpre nesta sexta-feira, 20, oito mandados de prisão e 24 de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará e Distrito Federal, em busca dos criminosos envolvidos nos ataques terroristas em Brasília, no último dia 8.

Operações da PF têm como alvo organizadores do atentado contra os Três Poderes (Agência Brasil/Reprodução)

As duas operações – “Lesa Pátria” e “Última Patrulha” – buscam os principais responsáveis por fretar e financiar ônibus dos Estados para o acampamento em Brasília. Conforme a investigação, quatro alvos já foram presos nesta manhã. São eles: Ramiro Alves Da Rocha Cruz Junior, conhecido como “Ramiro dos Caminhoneiros”; Randolfo Antonio Dias; Renan Silva Sena e Soraia Bacciotti.

Entre os crimes cometidos estão a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

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Ônibus com bolsonaristas presos no acampamento golpista em frente ao QG do Exército, em Brasília (Pedro Ladeira/Folhapress,PODER)

No Pará, onde ocorre a operação “Última Patrulha”, a PF investiga seis alvos suspeitos de coordenar e financiar o movimento antidemocrático que vandalizou os prédios do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional. Conforme a polícia, postagens nas redes sociais auxiliaram a identificação dos suspeitos.

Leia mais: ‘Dar início ao caos e decretar estado de sítio’, afirmou bolsonarista do Pará preso com bombas para explodir em Brasília

As postagens tinham dois objetivos principais: organizar caravanas de manifestantes de todas as regiões do País para Brasília para promover uma greve geral com a “tomada” dos Três Poderes e, assim, instalar uma intervenção militar; e para fazer novas obstruções de rodovias federais e ataques a refinarias, portos e aeroportos nos Estados.

Grupos de excursões que partiram de Belém a Brasília foram monitorados pela PF, inclusive por mensagens nas redes sociais incitando a destruição de patrimônios no Estado do Pará.

Já a operação “Lesa Pátria”, que ocorre nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, deve ser permanente, tendo em vista o grande número de pessoas envolvidas nos atos, desde aquelas que invadiram os Três Poderes, até as que incitaram financiaram a tentativa de golpe.

Presos

Entre os quatro presos identificados na manhã desta sexta-feira, 20, alguns já são conhecidos na mídia.

Da esquerda para a direita: Renan Sena; Ramiro Alves, Soraia Bacciotti e Randolfo Dias (Arte: Mateus Moura/CENARIUM)

Renan Sena é engenheiro eletricista e ficou conhecido por agredir uma enfermeira com palavras de baixo calão e uma cusparada, durante manifestações pacíficas dos profissionais da saúde em Brasília, no dia 1º de maio de 2021. Renan era funcionário do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado pela ex-ministra Damares Alves.

Ramiro Alves Da Rocha Cruz Junior, conhecido como “Ramiro dos Caminhoneiros”, já foi candidato a deputado federal pelo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o Partido Liberal (PL), e participa de inúmeros atos pró-Bolsonaro desde 2018, incluindo fechamento de rodovias e passeatas.

A intérprete Soraia Bacciotti, presa em Mato Grosso do Sul, participava de passeatas e manifestações antidemocráticas e é suspeita de estar nos atos terroristas do dia 8 de janeiro. Soraia trabalhou como intérprete de libras para o ex-candidato a governador de Mato Grosso do Sul, Capitão Contar (PRTB).

Preso em Belo Horizonte, Randolfo Antonio Dias participou do acampamento na capital de Minas Gerais e enviava mensagens pedindo a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, além de incitar a violência em protestos antidemocráticos.

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