Polícia Federal confirma a destruição de 23 balsas em nova operação contra garimpo ilegal no Amazonas

A informação foi confirmada na tarde desta quinta-feira, 4, por meio de nota (Reprodução)
Eduardo Figueiredo e Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – Conforme adiantado pela REVISTA CENARIUM, a Polícia Federal do Amazonas (PF-AM) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizaram uma operação conjunta contra o garimpo ilegal de ouro na calha do Rio Madeira, próximo ao município de Autazes, distante 111 quilômetros de Manaus. A informação foi confirmada na tarde desta quinta-feira, 4, por meio de nota.

De acordo com o comunicado, a operação teve por objetivo a identificação, abordagem e inutilização de balsas-dragas que operam a atividade de garimpo ilegal no interior do Estado. O resultado da ação conjunta, que contou com a participação de policiais federais, do Grupo de Pronta Intervenção, e fiscais do Ibama, foi a destruição de 23 balsas-dragas.

Balsas sendo queimadas durante a operação da PF e do Ibama (Reprodução)

A Superintendência Regional da Polícia Federal, no Amazonas, esclareceu também que, “atualmente, toda a atividade de lavra de ouro, no Rio Madeira, é ilegal e que, portanto, as ações objetivando a desintrusão dessa importante hidrovia federal continuarão a ser realizadas, assim como serão estendidas, em 2022, a outras regiões de garimpo ilegal detectadas no Estado do Amazonas”, finaliza a nota.

PUBLICIDADE

Vídeos exclusivos

A CENARIUM recebeu com exclusividade vídeos que mostram as balsas sendo queimadas ao longo do Rio Madeira. “Eles estão queimando as balsas, já estão tudo para fora, tudo queimada. Está só o “coche” dentro d’água. Agora, o resto está tudo queimado, agora, vão queimar do ‘Golfinho’. Acho que tem bem umas seis que não estão queimadas ainda“, diz uma moradora do local no vídeo.

Leia também: Polícia Federal deflagra nova operação contra garimpeiros ilegais em rio da Amazônia

A nova ação acontece na mesma região que, em novembro de 2021, a PF, com apoio das Forças Nacionais de Segurança, prendeu três pessoas e destruiu, aproximadamente, 130 balsas utilizadas para o garimpo, durante Operação Uiara.

As balsas pertencem à invasão ocorrida em julho, onde a CENARIUM foi uma das primeiras a relatar o retorno dos garimpeiros ao local. À época, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) informou que não tinha registro formal da situação, mas abriu inquérito para apurar a situação baseado nas informações repassadas pela imprensa.

Retorno das balsas

Em julho deste ano, centenas de balsas de garimpo ilegal invadiram o Rio Madeira, no município de Autazes. À época, a organização não-governamental Greenpeace confirmou à REVISTA CENARIUM o retorno do grupo de garimpeiros à comunidade do Rosarinho, em Autazes, com centenas de balsas, dragas e outros equipamentos utilizados para a exploração de ouro.

Leia também: Garimpeiros retornam ao Rio Madeira, no interior do AM, após oito meses da operação que destruiu centenas de balsas

Na avaliação do porta-voz da Amazônia do Greenpeace Brasil, Danicley de Aguiar, a ausência das Forças de Segurança e regulação nos rios, bem como a falta de estrutura empregatícia, possibilita o retorno dos garimpeiros.

“O regresso desses garimpeiros a Autazes demonstra com clareza o quão falha é a política de desenvolvimento regional. Se não houver alterações profundas no desenvolvimento regional, toda vez que a política de comando e controle recuar – e ela vai ter que recuar e os garimpeiros sabem disso – essa atividade vai recrudescer, vai voltar, assim como voltou o desmatamento após a forte queda que teve nos anos do Governo Lula”, afirma.

Leia a nota na íntegra:

Desenvolvido por EmbedPress

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.