Polícia prende suspeito de homicídio de cacique em Manaus

Marcos das Graças Sales (à esquerda) e Jair Miranha. (Divulgação)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – As Polícias Civis do Amazonas e Pará prenderam, na terça-feira, 21, Marcos das Graças Sales, 29 anos, apontado como suspeito de ser autor do homicídio do cacique Jair Cordovil Trindade, conhecido como “Jair Miranha”. O líder indígena sofreu um atentado no dia 6 de outubro do ano passado e morreu dois dias depois, no Hospital e Pronto-Socorro Doutor João Lúcio, em Manaus.

De acordo com a Polícia Civil, o suspeito foi preso no município de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, no Pará, enquanto chegava de viagem em um transporte público interestadual.

Mais detalhes da investigação e prisão de Marcos das Graças Sales serão repassados em coletiva de imprensa ainda na manhã desta quinta-feira, 23, na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), em Manaus.

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Líder indígena foi alvo de atentado, precisou ser internado e morreu dois dias após crime (Arquivo Pessoal)

Entenda o caso

Jair Miranha foi atingido por disparos de arma de fogo na comunidade Nações Unidas, bairro Tarumã, zona Oeste da capital amazonense, e foi a óbito dois dias depois. O suspeito, na época desconhecido, fingiu ser vendedor de rua e chegou na casa do cacique por volta das 13h30 da tarde, buscando informações sobre uma pessoa que não morava no local. Miranha saiu para atender o homem quando foi alvejado por cinco disparos de arma de fogo.

A vítima foi encaminhada até a UPA Campo Sales, onde recebeu os primeiros atendimentos e logo depois foi transferido para o Hospital Pronto-Socorro Dr. João Lúcio Pereira Machado, localizado na Av. Cosme Ferreira, zona Leste de Manaus.

Jair já havia sofrido outros atentados anteriormente, como em 2011, quando teve parte da sua casa incendiada. Originário da etnia Miranha, Jair saiu da Aldeia Miratu, em Uarini, para a capital há mais de 15 anos e passou a desenvolver trabalhos em prol dos indígenas que vivem na capital.

Tráfico de drogas

O cacique foi preso, em 2011, por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas, mas foi liberado por falta de provas. Jair Miranha participou de importantes manifestações a favor dos povos indígenas e foi o alicerce na criação de diversos bairros em Manaus e da inclusão de indígenas, quilombolas e outros povos tradicionais em programas de assistência social do governo.

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