Prefeito de Manaus veta construção de posto de combustíveis em Área de Preservação Ambiental

O prefeito de Manaus, David Almeida e ao fundo o campus da Ufam, localizado na APA Manaós (Arte: Mateus Moura)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), vetou nesta quinta-feira, 13, o Projeto de Lei (PL) n.º 582/2021, que trata da supressão de parte da Área de Proteção Ambiental (APA) Floresta Manaós, para a construção de um posto de combustível no bairro Coroado, zona Leste da capital.

O texto agora volta à Câmara Municipal de Manaus (AM), para avaliação do veto por parte dos parlamentares da capital. De autoria do vereador Diego Afonso (União Brasil), o projeto foi aprovado com 31 votos na CMM e recebeu críticas por parte de moradores da região e ambientalistas, que pontuaram as consequências negativas caso a supressão fosse aprovada.

A empresa IBK COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA, beneficiada no PL, já foi alvo do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) por irregularidades em licitações. Além disso, o vereador é empresário no ramo de combustíveis.

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O prefeito de Manaus, David Almeida (Arte: Mateus Moura)

Segundo o mestre em Ciências Ambientais e Florestais e especialista em Manejo de Animais Silvestres, Maurício Noronha, morador do conjunto Acariquara, que fica nas imediações da APA Manaós, o local é o maior fragmento florestal urbano de Manaus e um dos maiores do Brasil.

Ele tem alta relevância para conservação de Sauim-de-coleira, um primata que hoje está criticamente ameaçado de extinção e até bem recentemente fez parte de uma lista dos 25 primatas mais ameaçados do planeta, e hoje esse fragmento florestal que liga a Ufam com o conjunto Acariquara é de alta relevância para a manutenção dessa espécie na cidade de Manaus”, ressaltou em entrevista à REVISTA CENARIUM, na época em que foi aprovado o PL.

Moradores relataram à reportagem que tentativas de supressão da área ocorrem desde 2018, por diversas empresas do ramo de combustíveis. “Fizemos um abaixo-assinado, porque é impensável ter um posto no conjunto ou na lateral dele, porque primeiro vamos ter uma perda irreparável de área verde, os impactos que esse posto pode trazer para os moradores são inúmeros”, pontua Maurício Noronha.

A reportagem entrou em contato com o vereador Diego Afonso (UB), pedindo posicionamento sobre o veto ao projeto por parte do prefeito de Manaus, mas até o fechamento da matéria não obtivemos retorno.

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