PrEP: método de prevenção ao HIV é distribuído de forma gratuita pelo Governo do Amazonas

Tomado diariamente, comprimido reduz em até 95% o risco de contaminação pelo vírus (Bruno Zanardo/Secom)

Com informações da assessoria

AMAZONAS – Durante muitos anos, a prevenção ao HIV foi resumida ao uso da camisinha. Com o avanço dos métodos preventivos, o combate ao vírus causador da Aids ganhou importantes aliados. Um deles é a Profilaxia Pré-Exposição Sexual, ou apenas PrEP, um comprimido que, tomado diariamente, diminui em até 95% o risco de contaminação pelo HIV.

Em Manaus, o medicamento é oferecido de forma gratuita pela Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM). Infectologista da Fundação, Noaldo Lucena afirma que o método faz parte de uma mandala de prevenção ao vírus, composta ainda pela Profilaxia Pós-Exposição (PEP), pelo diagnóstico e tratamento precoce de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e pela camisinha.

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O especialista reforça que o uso da PrEP não implica dispensa do preservativo. “A ideia é que ela [a PrEP] faça parte dessa mandala, do ponto de vista de que ela é mais um instrumento para que eu tenha a proteção e a prevenção necessárias. É um reforço”, completou.

A PrEP consiste no uso diário de um comprimido formado por dois antirretrovirais, tratamento semelhante ao utilizado nos casos de gestantes soropositivas e que inibe a infecção materno-fetal. Para que ele seja eficaz, no entanto, é importante que o paciente não pule doses.

Infectologista da Fundação de Medicina Tropical, Noaldo Lucena (Bruno Zanardo/Secom)

“Por que a gente fala disso? Porque são duas drogas que são análogas de nucleosídeo, elas têm uma barreira genética muito baixa, ou seja, elas precisam estar circulando no sangue o tempo todo”, completou Noaldo.

Para se candidatar ao uso do método, o paciente deve comparecer a uma das unidades de Saúde que trabalha com o medicamento. Caso seja aprovado – após passar por uma entrevista –, o paciente deverá realizar, a cada três meses, exames de acompanhamento que verificam a reação do organismo à PrEP, além de testes para HIV, sífilis e hepatites B e C. Mais informações estão disponíveis no site https://prepmanaus.com.br/.

“Lembrando que o medicamento é de distribuição gratuita pelo Ministério da Saúde, ou seja, não tem nenhuma justificativa para você não tomar ou deixar de tomar”, endossou o infectologista.

Público

A PrEP possui um público-alvo, formado por homens gays, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, pessoas trans, travestis e casais sorodiferentes (quando uma pessoa é soropositiva e a outra não). Entretanto, toda e qualquer pessoa que possui uma vida sexual ativa pode se candidatar ao uso do medicamento.

Estilo de vida

“É importante, inclusive, que a gente ‘deselitize’ o uso de PrEP. A PrEP tem que ser compreendida como algo que pode e deve ser usada por qualquer pessoa que tenha a vida sexual ativa. Quem vai determinar os fatores de risco para isso sou eu como pessoa”, defendeu Noaldo.

Outro fator a ser levado em consideração na hora de optar pela PrEP é o estilo de vida do paciente. O uso de drogas hepatotóxicas e nefrotóxicas, além do álcool, não corta o efeito do método; porém, por se tratar de um medicamento que age nos rins e no fígado, é importante ter cuidado para não sobrecarregar os órgãos.

“A agressão é maior, isso é um fato. Na hora que a gente está falando de drogas que são hepáticas, quanto mais associação de drogas tiver, maior será essa agressão. O fígado e os rins são os [órgãos] mais comprometidos”, finalizou o infectologista.

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