Primeiro caso de variante identificada na Índia é confirmado em morador do RJ

É o primeiro registro da variante em solo brasileiro (Photo Premium/Agência O Globo)

Com informações do O Globo

SÃO PAULO – O Instituto Adolfo Lutz, ligado ao governo paulista, confirmou que o caso suspeito de variante indiana do coronavírus, de um morador de Campo dos Goytacazes, de 32 anos, que desembarcou no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, vindo da Índia, no último sábado, se trata mesmo da nova cepa. É o primeiro registro da variante em solo brasileiro.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou a secretaria estadual sobre o caso positivo quando o homem já havia viajado até o Rio de Janeiro, onde chegou à noite e se hospedou num hotel, ao lado do Aeroporto Santos Dumont.

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No domingo, ele foi de carro para a cidade do Norte Fluminense e, depois, retornou para a capital na segunda-feira, onde voltou a se hospedar, em isolamento. Durante dois dias, o caso investigado circulou por três cidades e teve contato com dezenas de pessoas.

Não há registros de casos de transmissão local dessa linhagem no Estado de São Paulo, segundo o Adolfo Lutz. A Secretaria Municipal de Saúde começou a implementar na terça-feira barreiras sanitárias no terminal rodoviário do Tietê para fazer uma triagem de passageiros que chegarem de ônibus vindos do Maranhão, onde um caso da cepa indiana foi detectada num tripulante indiano de um navio vindo de Hong Kong.

Variante ‘de atenção’

A variante indiana detectada no Maranhão é a B.1.617.2, uma das variações da cepa identificada pela primeira vez em dezembro na Índia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) a classificou como uma variante “de atenção”, o que significa que está relacionada com maior capacidade de transmissão em relação à cepa original identificada em Wuhan, na China. “O que há disponível de informação indica uma transmissibilidade acentuada”, disse Maria Van Kerkhove, uma das principais autoridades técnicas da OMS em Covid-19, em coletiva no dia 10 de maio.

O virologista Fernando Spilki, coordenador da Rede Corona-Ômica — formada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, que opera com universidades e centros de pesquisa fazedo sequenciamento do vírus no Brasil — afirma que a variante indiana está dentro do aspecto de transmissibilidade conhecido para a variante britânica e para a P1, por exemplo.

Esta semana, estudo do governo britânico apontou que duas doses da vacinas de Oxford e da Pfizer fornecem forte proteção contra infecção sintomática da variante indiana, que já está presente em pelo menos 53 países. Ainda não há informações sobre o impacto da Coronavac sobre a nova variante.

Mais presentes no RJ

As variantes que estão mais presentes no Estado do Rio de Janeiro são a P1, a B.1.1.7, a P2 e a P.1.2, segundo o último levantamento da Rede Corona-Ômica-RJ. No entanto, 93,09% dos casos analisados entre 24 de março e 26 de abril foram apenas da P1, também conhecida como a variante de Manaus.

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