Rede anuncia Marivelton Baré pré-candidato a prefeito da cidade mais indígena do Brasil

Marivelton Baré é presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn). (Composição: Mateus Moura/Revista Cenarium Amazônia)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – A Rede Sustentabilidade vai lançar no próximo dia 27 de janeiro a pré-candidatura de Marivelton Baré à Prefeitura de São Gabriel da Cachoeira, considerada a cidade mais indígena do País. O Encontro Indígenas na Política inicia às 13h, no Galpão do Forró, no município localizado a 852 quilômetros de Manaus (AM), e contará com a participação da presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana.

A porta-voz da Rede Sustentabilidade no Amazonas, Thayana Amorim, destacou a importância de representantes da causa indígena, como Marivelton Baré, que é presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), ocuparem espaços de poder, principalmente em uma cidade como São Gabriel da Cachoeira.

A gente entende, enquanto partido político, que é preciso ter a representação do verdadeiro povo brasileiro nos espaços políticos“, explica. “Porque o próprio IBGE já aponta, e é conhecimento nosso, pelas percepções, pela visualização, que o Estado do Amazonas é o Estado com a maior população indígena, e São Gabriel é o município completamente indígena, que tem cinco línguas faladas, o português como oficial, mas também é o único que tem a língua indígena oficial conhecida, e isso para rede, para política no Brasil, é um marco histórico“.

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A ativista amazonense Vanda Witoto, candidata a deputada federal nas eleições de 2022, compartilha a opinião de Thayana Amorim, lembrando que é imprescindível ampliar a representação indígena nos espaços político e de tomada de decisão.

A gente entende que a estratégia para garantia dos direitos dos povos indígenas ela é necessariamente, sobretudo, as políticas públicas, para povos indígenas, para a Amazônia, para a sustentabilidade, para a proteção do ecossistema, da terra, nos precisamos, enquanto indígenas, ocupar esses espaços políticos. Então, nós fazemos parte dessa grande construção, e esse evento da Rede Sustentabilidade é de extrema importância para nós povos indígenas“, complementa.

Encontro

Além do lançamento da pré-candidatura, outras atividades do evento incluem a apresentação de cartilhas de educação política em línguas indígenas (Kayapó, Guarani, Tikuna, Wapichana e Nheengatu) e o lançamento do Elo Indígena da Rede Amazonas. Os ativistas da causa indígena e lideranças Edson Kambeba, Marivelton Baré, Ariene Susui, André Baniwa, Milena Kukama, Mel Mura, Joenia Wapichana, Wanda Witoto, Eliésio Marubo têm presença confirmada no encontro.

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Thayana Amorim ainda comenta sobre a apresentação de cartilhas e o lançamento do Elo Indígena, evidenciando as atividades fazem parte da cartilha da Rede Sustentabilidade.

“A Rede Sustentabilidade, por ser uma verdadeira rede, ao falar sobre essas conexões, utiliza os nomes ‘elos’, que são o que ligam toda essa rede e que fazem essa grande construção política, coletiva, plural e diversa. Essa é a bandeira da rede. E o elo temático indígena abraça a causa indígena, o movimento indígena de homens e mulheres, e a rede, que eu tenho visto, é o único partido que tem essa bandeira, que pratica essa bandeira, e tem fortes representantes da causa indígena”, complementa.

Eleições

Apesar do primeiro turno das disputas municipais ser apenas em 6 de outubro, e eventual segundo turno no dia 27 do mesmo mês, o calendário eleitoral já começou a valer desde a virada do ano. De acordo com a Lei 9.5014/1997, durante a chamada pré-campanha — período que vai até 16 de agosto, quando tem início oficialmente a propaganda eleitoral — a menção à pretensa candidatura e a exaltação das qualidades pessoais não configuram propaganda antecipada, desde que não haja pedido explícito de votos. 

Pré-candidatas e pré-candidatos também podem participar de entrevistas, programas, encontros ou debates em rádio, televisão ou internet, inclusive com a exposição de projetos políticos. Nessa situação, emissoras de rádio e de televisão devem conferir tratamento isonômico aos participantes.

A lei ainda libera a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado e custeados pelos partidos, para tratar da organização dos processos eleitorais, discussão de políticas públicas, planos de governo ou alianças partidárias visando às eleições, podendo tais atividades ser divulgadas pelos instrumentos de comunicação intrapartidária. Além disso, é permitida a realização de prévias partidárias, a divulgação dos nomes de filiadas e filiados que participarão da disputa e a realização de debates.

Sem pedido de votos, podem ocorrer divulgações de atos de parlamentares e debates legislativos e de posicionamento pessoal sobre questões políticas, inclusive nas redes sociais. Também não é considerada propaganda eleitoral antecipada a realização, pelos partidos políticos, de reuniões, por iniciativa da sociedade civil, de veículo de comunicação ou do próprio partido, para divulgar ideias, objetivos e propostas.

Editado por Jefferson Ramos

Revisado por Gustavo Gilona

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