CENARIUM firma parceria com Fundação Rede Brasil Sustentável para produção de conteúdos

Tácius Fernandes em entrevista ao CENARIUM ENTREVISTA. (Alan Gessler/Revista Cenarium)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – O diretor administrativo e financeiro da Fundação Rede Brasil Sustentável e assessor da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, Tacius Fernandes, falou, ao CENARIUM ENTREVISTA desta segunda-feira, 24, sobre a parceria da REVISTA CENARIUM com a instituição para produção de conteúdos técnico-científicos. O novo episódio vai ao ar às 21h (horário de Manaus), no canal da CENARIUM, no YouTube.

Amazonense, Fernandes foi assessor parlamentar na Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam). Em Brasília, no Distrito Federal, onde reside há oito anos, ele integra a diretoria da entidade civil de direito privado instituída pela Rede Sustentabilidade, em 2017. A fundação tem como finalidade trabalhar com educação política, pesquisas e projetos ligados à sustentabilidade.

Fernandes lembrou da importância de ter, na Amazônia, veículos de comunicação que defendam a região, o que não é uma missão fácil. “A CENARIUM é um instrumento da democracia com muita coragem. Defender a Amazônia na casa dos outros é bom, é fácil, mas defender dentro de casa é mais difícil. Defender a Amazônia de pé, sendo amazonense, é difícil“, citou ele.

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Na parceria, a fundação compartilhará os conteúdos para produção e divulgação por meio das plataformas da CENARIUM. O objetivo é levar ao debate temas de grande relevância sobre a região amazônica. “Fazer o debate, oferecer esses caminhos para a sociedade é uma grande contribuição. Que bom que a gente está junto agora, porque agora a gente vai produzir junto com vocês“, disse ele à apresentadora Liliana Araújo.

Transformação social

Ao CENARIUM ENTREVISTA, Tacius Fernandes lembrou que todo partido político tem que ter, por força de lei, uma fundação ligada à sigla, e toda fundação deve ser um instrumento de transformação social dentro das comunidades, porém, muitas perdem de vista o seu objetivo.

Toda a fundação deve ser isso, infelizmente, os partidos não deram tanta credibilidade para as fundações e não as transformaram em um instrumento forte“, explica. “A gente não quer ser um lugar de ex-mandatários, que vão ter que ganhar um dinheirinho, a gente quer ser um lugar de formulação, de aprendizagem, de estudo, de formação. Essa é a grande contribuição.”

Tacius Fernandes e a apresentadora Liliane Araújo. (Alan Gessler/Revista Cenarium)
Teoria da sustentabilidade

À frente da fundação, Fernandes explica que o momento é de ajudar a escrever a teoria da sustentabilidade no Brasil, que vai nortear o “sustentabilismo” no País, uma palavra consideravelmente nova, usada para nomear o engajamento em ações sustentáveis a favor do planeta. Para ele, não cabe mais definir as pessoas apenas entre direita, esquerda ou centro, mas de incentivá-las a trabalhar por um desenvolvimento sustentável.

Se tem muito hoje a esquerda e a direita, e esses modelos do século 18, com todo respeito, eu sou historiador, eu sei de onde veio isso, da França, mas o mundo hoje está muito mais complexo. As pessoas não querem estar nessa caixinha, na esquerda, na direita, no centro. Querem trabalhar, querem estar em outro lugar. Acho que a fundação vem trazendo esse debate do ‘sustentabilismo’, como mudar o mundo sendo um cara que olha pra natureza, pro meio ambiente“, explica.

Representatividade da Amazônia

A Fundação Rede Brasil Sustentável é ligada ao partido Rede Sustentabilidade, que tem no quadro de filiados nomes expressivos, como a ministra Marina Silva e a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana. No Amazonas, a ativista indígena Vanda Witoto, que foi candidata à deputada federal, também integra o partido.

Para Tacius Fernandes, o partido é referência em abrir espaços para quem é da Amazônia falar sobre a região. “Há uma diversidade de ativistas da Amazônia, eu, a Vanda. Eu, como amazonense, morando em Brasília há pouco mais de oito anos, tento trazer esse jogo de luz: ‘Olha, tem amazonense aqui, tem uma galera que quer contribuir também’, porque muita gente fala da Amazônia, que bom que falem, mas que não é daqui, que não conhece a realidade, e que bom que tem essas pessoas, não pode tirá-las, acho bom ter apoiadores, que bom que tenha pessoas daqui, falando daqui e dando foco pra cá“, conta.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, (à esquerda) e Tacius Fernandes. (Arquivo pessoal)
Criando ativistas

Como parte da transformação social está, ainda de acordo com Tacius Fernandes, o incentivo ao envolvimento de crianças e adolescentes no ativismo político e ambiental. Ele cita as tratativas para desenvolver, junto à Oficina Escola de Lutheria da Amazônia (Oela), em Manaus, um projeto para incentivar jovens do bairro Zumbi, na zona Leste da capital amazonense, com concessão de bolsas.

Uma bolsa de R$ 5 mil ajuda uma criança a se manter tranquilamente, não força a criança a ter que ir trabalhar antes, deixa ela na escola, na frente do movimento, criando oportunidades e virando um ativista político. Acho que todo mundo deve ser um ativista político, se todo mundo fosse um pouquinho de ativista político, o Brasil seria outro, o mundo seria outro. Essa consciência ambiental, do clima, de proteger a nossa floresta, é iniciativa. Acho que a fundação, o partido, deveriam focar nisso“, afirma, ainda.

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