‘São muitas demandas reprimidas’, diz ministra dos Povos Indígenas em visita ao AM

Ministra durante visita em Humaitá, no Amazonas (Divulgação/ Thiago Yawanawá)
Da Revista Cenarium*

MANAUS (AM) – A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, esteve no município de Humaitá, Sul do Amazonas, nesta segunda-feira, 14, em agenda que marca a retomada da presença do Estado em uma área marcada por conflitos e invasões de terras.

“É um momento de escuta que nós, governo federal, estamos fazendo nos territórios indígenas. São muitas demandas reprimidas, em especial nos últimos 4 anos, onde a política indigenista foi totalmente desmontada e, agora, a gente retoma esse diálogo, essa escuta com os povos indígenas nos territórios”, disse Sonia Guajajara em entrevista concedida na região.

A ministra esteve reunida com lideranças de 18 etnias na Aldeia Campinho, recebendo as demandas relacionadas à educação, saúde e proteção aos territórios indígenas. A comitiva também contou com representantes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), dos Ministérios do Desenvolvimento Social, Direitos Humanos e Cidadania, dos Esportes, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, e da prefeitura de Humaitá.

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Território indígena em Humaitá
Imagem aérea de Humaitá, no interior do Amazonas (Divulgação/Thiago Yawanawá)

“Nós temos muitos territórios que têm processos violentos de invasão, seja de grilagem de terra, de exploração ilegal de madeira, de garimpeiros, de caçadores, de pescadores e isso causa muitos conflitos”, observou a ministra, reforçando a necessidade de atuação conjunta das diferentes esferas de governo para a proteção territorial, a segurança dos indígenas e a retomada da demarcação das terras indígenas.

A ministra também explicou que as ações do MPI e do governo não devem ser vistas ou rotuladas como assistencialismo. De fato, essa é uma política que o governo quer combater.

“O que nós queremos é fortalecer as ações produtivas dos povos indígenas de acordo com as suas iniciativas, com suas práticas locais, regionais e culturais. Para isso, nós estamos trabalhando numa parceria muito valorosa com as prefeituras, com os governos dos estados e em ações transversais com outros ministérios”, explicou.

Território indígena em Humaitá
A ministra explicou que as ações do MPI não devem ser vistas como assistencialismo (Divulgação)

A visita da ministra ao território foi acertada em março deste ano após visita de indígenas das etnias Tenharim, Jiahui e Parintintin de Humaitá, acompanhados do secretário Municipal dos Povos Indígenas de Humaitá, Ivanildo Tenharim, ao MPI.

A retomada da escuta e do contato direto com os povos indígenas é agenda permanente do Ministério. A ministra já esteve em outras áreas de conflito, como o Sul da Bahia, em junho, em São Paulo, no mês passado, na Terra Jaraguá. E, pela primeira vez na história, o governo federal esteve presente no Fórum de Lideranças da Terra Indígena Yanomami e Ye’kwana, em julho, para escutar das lideranças as suas demandas para elaboração de planos de gestão territorial e ambiental.

“Estamos em 2023, um ano histórico para a história dos povos indígenas no Brasil. Histórico para a política e para nós, povos indígenas, que temos nossos povos representados também no Poder Executivo. Para nós, isso é uma novidade, a gente nunca teve. Além de termos, também, uma bancada eleita no Congresso Nacional”, celebrou a ministra durante encontro com lideranças.

 (*) Com informações do MPI

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