Sede da COP 30, Belém é criticada pela falta de coleta de lixo

Ponto de coleta irregular em Belém (Reprodução/ Rosana Pinto)
Daleth Oliveira – Da Revista Cenarium

BELÉM (PA) – “Desde sexta-feira, 2, o carro de lixo não passa por aqui”, diz Célia Pinho, moradora da Pedreira, bairro de Belém, que será sede da COP 30, em 2025. Na Travessa Lomas Valentinas, entre as avenidas Pedro Miranda e Marquês de Herval, uma montanha de lixo se forma desde o último final de semana, enquanto a população aguarda a coleta da Prefeitura.

Ela conta que o acúmulo de lixo já está causando outro transtorno: o mau cheiro. “O odor do lixo já está invadido a academia que é aqui do lado. Agora, estamos todos treinando com o mau cheiro, ninguém merece”, reclama.

Lixos descartados em local impróprio em Belém (Reprodução/Célia Pinho)

No bairro do Mangueirão, o problema se repete. “Aqui, no condomínio, estamos acumulando lixo desde semana passada porque não passa o carro de coleta. São várias lixeiras e todas assim, cheias. O ruim é que além do mau cheiro, ainda chama rato”, denuncia Rosana Pinto, moradora do Natália Lins, na Avenida Augusto Montenegro.

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Acúmulo de lixos em local impróprio (Reprodução/ Rosana Pinto)

Em Val-de-Cans, outro bairro da capital paraense, o morador Felipe Gillet também já sente falta da coleta domiciliar. “Especificamente nos conjuntos Bela Vista, Marex e Marinha, não houve coleta de lixo ontem (segunda-feira), e os sacos começaram a acumular nas lixeiras das casas. Isso não é comum de acontecer por aqui, os carros sempre passam nas segundas, quartas e sextas-feiras”, relata.

Uma tonelada por dia

Dados do município mostram que a cidade produz, em média, mil toneladas de lixo por dia e tem pelo menos 100 pontos críticos de descarte irregular de resíduos sólidos. 

Casos como esse, apontam que antes de Belém reunir com quase todos os países para debater o combate à crise ambiental na COP30, a capital paraense precisa primeiro combater a crise local que não é apenas ambiental, é de saúde pública.

Descarte irregular é crime

O Código de Posturas do Município de Belém prevê que quem for flagrado jogando lixo e entulho na frente de postos de saúde, escolas, canteiros, praças e esquinas da cidade pode receber uma multa de R$ 607,97. Também poderá ser enquadrado na Lei 9.605/1998, que prevê crime ambiental.

Leia também: Belém vai sediar a COP30; conferência deve ser realizada em novembro de 2025

Em nota, a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) informou que está enfrentando problemas com serviços de coleta domiciliar em alguns pontos da cidade. A situação já está sendo regularizada junto a empresa responsável.

Já a prefeitura de Belém destacou que há mais de uma década, a cidade sofre com um modelo atrasado, que não conta sequer com um aterro sanitário definitivo. “Neste momento, a Prefeitura acaba de fazer um acordo operacional com o Estado do Pará para construir um novo Aterro Sanitário – e também um novo modelo de tratamento de resíduos sólidos”.

A Prefeitura esclareceu que está trabalhando para cumprir todos os prazos para a COP-30 e realizou consulta pública como uma ferramenta legítima, para que a população desse contribuições para o edital específico para coleta e limpeza da cidade. “Em breve, lançará um edital de Parceria Público-Privada (PPP) para modernizar a gestão de recolhimento, limpeza e destinação final dos resíduos sólidos na cidade.”, esclareceu.

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