‘Sem Minc Nunca Mais!’; artistas amazônicos têm boas expectativas para a cultura no Brasil

Manifestações da cultura popular são grandes engrenagens da indústria cultural no Brasil e ajudam a empregar dezenas de trabalhadores (Reprodução/Significados)
Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – A cantora baiana e ativista social Margareth Menezes tomou oficialmente posse como nova Ministra da Cultura do Brasil nessa segunda-feira, 2 em Brasília. Em discurso durante a solenidade, a nova ministra ressaltou o desmonte e a importância da retomada da pasta. A CENARIUM ouviu alguns artistas do Norte para saber sobre as expectativas da reconstrução do Minc e da políticas públicas para a cultura no Brasil.

O cantor e compositor paraense, Nilson Chaves acredita que a volta do Minc vem para reacender simbolicamente a cultura no Brasil (Reptodução/Blogspot)

Para o cantor e compositor paraense Nilson Chaves, a volta do Ministério da Cultura é um ato de grande simbolismo. “Recriar o Ministério da Cultura é reacender simbolicamente a renovação da nossa própria cultura em si. Não só da música, mas de todas as manifestações e seguimentos”, destacou. Para o artista do Pará, a nova ministra pode fazer um bom trabalho. ‘Não conheço a Margareth como gestora, mas, se está à frente é porque tem capacidade. Estou na torcida”, afirmou.

Para João Fernandes, do Casarão de Ideias, um dos mais respeitados gestores culturais de Manaus, o momento é de reconstruir. “A estrutura que se encontra hoje do que seria o Minc está completamente sucateada. Foram muitos atropelos, normativas desfocadas, extinções e pessoas despreparadas mas, acredito na Margareth. Ela montou uma equipe preparada e já deve estar articulando um orçamento para 2023″, destacou.

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Ressalva

Otimista, João Fernandes faz algumas ressalvas. “Acho que muitos caminhos já existiam antes de Bolsonaro, então não é preciso inventar coisas, pois nesse primeiro ano temos que tentar, minimante, fazer a cultura voltar com dignidade, apoiar os trabalhadores do setor. Pagar os editais atrasados, tirar a pilha de projetos da Lei Rouanet que estão trancados em alguma sala escura. Só de fazer assim, já estaremos dando um grande impulso econômico“, avaliou.

Para o gestor e artista de Manaus, João Fernandes, a ministra Margareth Menezes não precisa “inventar”, basta retomar caminhos (Reprodução/Ajuriarts)

O gestor também apontou a ausência do Norte na composição da equipe de Margareth Menezes como algo a ser revisto. “Percebi a ausência de nomes do Norte. À primeira vista, não temos na pasta, nenhuma pessoa do Norte. Não é uma questão de nos beneficiar mas, de saber como fazemos a cultura aqui. Acredito que isso será revisto em um futuro próximo”, comentou.

Pontes

O presidente do Conselho Municipal de Cultura de Manaus (Concultura), Tenório Telles acredita que bons tempos virão no contexto cultural neste novo governo. “O processo cultural é uma construção permanente, que exige sensibilidade, racionalidade e muito trabalho. Em relação, ao ciclo que se inicia, espera-se que se construam pontes, diálogos novos e, especialmente, ações e projetos capazes de ampliar as oportunidades de acesso aos bens culturais por parte da sociedade”, analisou.

O presidente do Conselho de Cultura de Manaus acredita que é preciso construir pontes para reconstruir o Minc (Reprodução/AmazonAmazônia)

Tenório acredita que um pacote de politicas podem ajudar na inclusão e na retomada da força da economia produzida pela cultura. “Em paralelo, é imperativo a formulação de políticas públicas que contemplem o fomento e a formação dos jovens talentos e a inclusão social. Torcemos para que tudo se encaminhe de forma produtiva e com bons resultados para todos que atuam no segmento da cultura e para a sociedade”, finalizou.

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