Secretaria de Saúde investiga três casos suspeitos de difteria em Roraima

Bianca Diniz – Da Revista Cenarium

BOA VISTA (RR) – A Secretaria de Estado de Saúde de Roraima (Sesau) emitiu um alerta na sexta-feira, 31, sobre três casos suspeitos de difteria no Estado de Roraima, ressaltando a preocupação com o aumento do risco de contágio devido a informações sobre um surto da doença na Venezuela. Em março, três casos de difteria foram confirmados no município de Sifontes, no Estado venezuelano de Bolívar. Em Roraima, foram notificados três casos suspeitos, entre os dias 21 e 29 de março.

A difteria é causada por uma bactéria e se caracteriza como uma doença infecciosa transmitida de pessoa para pessoa. A patologia pode afetar diversas partes do corpo, tais como as amígdalas, faringe, laringe, nariz, pele e mucosas. É importante destacar que, quando ocorre a formação de placas pela bactéria, a pessoa pode ter dificuldades respiratórias dependendo do tamanho e da localização dessas placas.

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Casos da doença

O primeiro caso ocorreu em 17 de fevereiro, quando um paciente do sexo masculino da comunidade indígena Ericó, na Terra Indígena Yanomami (TIY), apresentou sintomas de fraqueza e garganta inflamada com formação de placas de pus. A confirmação do caso ocorreu em 21 de março, quando o indígena foi transferido da terra indígena para a Casa de Saúde Indígena (Casai), em Boa Vista.

No segundo caso, uma menina de 3 anos da região de Bolívar apresentou febre, dificuldade de deglutir alimentos e mal-estar geral. A criança foi atendida na última terça-feira, 28, pelo Médicos Sem Fronteiras e foi transferida para o Hospital da Criança Santo Antônio, em Boa Vista.

No último dia 29, uma equipe médica avaliou o pai da criança do segundo caso devido à apresentação de inflamação de amígdalas, placas associadas e odinofagia, sem febre. Durante a avaliação no município de Pacaraima, foi realizada a coleta de amostra para análise laboratorial.

Outro caso foi comunicado no município de Amajari, distante a 120 quilômetros de Boa Vista. Já a mulher que manifestou os sintomas informou que havia retornado de Fortaleza, no Ceará, e que estava com as doses de vacina DTP em dia. Além disso, a equipe de saúde do município segue acompanhando a mulher, que está em isolamento domiciliar.

Com o aumento do risco de contágio, a Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) recomenda a adoção de medidas de rastreamento de casos da doença. O Ministério da Saúde e a CGVS emitiram uma nota técnica (nº 02/2023) com as orientações a serem seguidas. As medidas incluem o acompanhamento de pessoas com suspeita ou confirmação de infecção, a realização de testes em contatos próximos e a notificação imediata às autoridades de saúde.

Vacinação

A principal forma de prevenção é a vacinação com a vacina pentavalente. Segundo o Ministério da Saúde, a população deve estar atenta aos sintomas e procurar imediatamente um serviço de saúde caso apresentem sinais de infecção respiratória. Entre os sintomas estão: febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar e mal-estar.

Nota

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) enviou uma nota à REVISTA CENARIUM com informações adicionais sobre a campanha de vacinação em andamento. A Sesau informou ainda que a cobertura vacinal em Roraima para difteria está abaixo da meta preconizada pelo Ministério da Saúde, alcançando 59,79% no ano de 2022.

“Apesar da baixa cobertura, o Estado tem realizado uma série de ações que tem resultado em melhora nesses indicadores.”, ressalta o órgão, que também afirma que as vacinas estão disponíveis em todos os municípios do Estado de Roraima, nos postos de saúde das prefeituras.

Leia a nota na íntegra: