Sociedade Brasileira de Urologia lança campanha de combate ao câncer de pênis

Laço azul é símbolo de luta da saúde masculina (Reprodução/Freepik)
Da Revista Cenarium*

MANAUS (AM) – Com o tema “Cuide! Você só tem um”, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) lançou, nesta quinta-feira, 1°, a Campanha de Prevenção e Combate ao Câncer de Pênis, doença que acometeu 21,7 mil homens, em dez anos (de 2012 a 2022). De 2013 a 2023, pelo menos 6,4 mil homens tiveram o órgão sexual amputado como consequência da patologia, apontam dados da entidade.

O presidente da seccional amazonense da SBU, cirurgião uro-oncologista Giuseppe Figliuolo, destaca que, quando detectada precocemente, a alteração tem maiores chances de cura e o tratamento tende a ser menos invasivo e traumático ao paciente.

Doutor em saúde pública, Figliuolo tem quase 20 anos de experiência em oncologia. Médico da Urocentro Manaus, ele explica que os principais fatores de risco para o câncer de pênis são: falta de higiene adequada – especialmente, em relação ao prepúcio, que pode levar ao acúmulo de esmegma (secreção abaixo da pele); infecções provocadas pelo vírus HPV (Papilomavírus Humano), tabagismo, idade avançada, fimose, histórico de problemas dermatológicos persistentes e a hereditariedade (em casos mais esporádicos), além da desinformação e a resistência em procurar ajuda médica após o aparecimento de lesões.

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O cirurgião uro-oncologista Giuseppe Figliuolo (Divulgação)

“A prática sexual sem o preservativo e múltiplos parceiros sexuais potencializam a exposição ao HPV, contribuindo para o avanço de casos da doença”, destacou o especialista.

Sobre a campanha, ele reforça que a iniciativa marca um esforço da SBU em ampliar a conscientização sobre a prevenção e detecção precoce deste tipo de câncer, promovendo, assim, a saúde urológica em todo o País. Afirma, ainda, que é essencial que o movimento ganhe força, com a realização de eventos, palestras e campanhas virtuais e na mídia em geral.

A estratégia tem como um dos focos aumentar a presença de homens, com sinais de câncer de pênis, nos consultórios médicos, para que o acesso ao tratamento seja otimizado e os números de amputações, que são considerados alarmantes, sejam reduzidos. A média atual é de 600 amputações ao ano.

“O câncer de pênis é uma preocupação séria de saúde pública, e o processo educativo precisa envolver a sociedade como um todo, além de contar com a ajuda do poder público, o que é essencial nesse contexto”, frisou o cirurgião, que também é pesquisador do tema no Amazonas.

Anamotia do pênis (Reprodução/iStock)

A realização de exames clínicos regulares, a partir do check up médico anual, são importantes para melhorar o cenário da doença no País.

“O autoexame também é fundamental. Analisar o órgão genital para detectar eventuais alterações, como feridas, verrugas e secreções persistentes pode ajudar. Se esses sinais aparecerem, é essencial procurar um urologista para uma investigação mais aprofundada, que pode envolver, inclusive, exames complementares ao diagnóstico, como biópsia, entre outros. Só assim, a doença pode ser combatida com eficácia e o órgão sexual fica preservado, evitando traumas ao paciente”, reforça Figliuolo.

Compartilhar informações de qualidade também ajuda a combater o câncer de pênis, reduzindo o estigma em torno da doença, segundo o especialista. “Vale lembrar que uma amputação decorrente do câncer de pênis é algo extremamente pesado para o paciente, podendo levar a diversos problemas secundários, como depressão, por exemplo, provocando o isolamento social e outras alterações psicológicas. Por isso, o processo informativo é tão importante. Ele também ajuda a afastar o preconceito e o medo da ida ao consultório médico”, opinou Giuseppe Figliuolo.

Sinais que podem indicar o câncer de pênis

Mudanças na pele do pênis, manchas escuras, espessamento, feridas persistentes, presença de nódulos ou caroços, secreção com odor desagradável e dor fazem parte da lista de sinais que acompanham o desenvolvimento da doença.

Alterações no prepúcio e dificuldade em retrair a pele também são importantes, além de sangramentos eventuais. “Um alerta importante: a automedicação não é recomendada. O uso de pomadas sem a devida orientação, medicamentos via oral, entre outros, só retardam o diagnóstico e pioram a situação. Nada substitui a avaliação médica”, conclui Giuseppe Figliuolo.

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(*) Com informações da assessoria
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