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Terra indígena Yanomami é a mais pressionada para desmatamento na Amazônia Legal, revela estudo do Imazon
Estrutura de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. (Acervo Funai)
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24 de junho de 2020
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – A terra indígena Yanomami, entre a fronteira do Amazonas e Roraima, é a mais pressionada da Amazônia Legal, registrando 72 ocorrências de desmatamento. O estudo é do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que divulgou boletim na última segunda-feira, 22, sobre as áreas protegidas mais ameaçadas e pressionadas da região.
O boletim considera os meses de fevereiro, março e abril deste ano e mostra, ainda, a Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual Triunfo do Xingu, no Sul do Pará, ocupando o segundo lugar no ranking das áreas protegidas com maior pressão, com 56 registros de desmatamentos. A terra indígena do Alto Rio Negro, também no Amazonas, ocupa a terceira posição da lista, com 51 ocorrências.
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No período analisado, de acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, um total de 4,4 km² de área foi desmatada, o que representa cerca de 4,5% de todo o território indígena. O boletim divide o território em células de 10 km x 10 km e a contagem leva em conta o número de células dentro da área protegida que registraram ocorrências de desmatamento.
Entre as unidades de conservação Federal, a Área de Proteção Ambiental do Tapajós (PA) e a unidade da Parna Maminguari, entre Roraima e o Amazonas, junto a terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia, estão entre as mais ameaçadas.
“Áreas Protegidas (APs) representam um patrimônio nacional, e considerando a extensão das APs na Amazônia Legal (i.e., 46%), os seus benefícios para manutenção da biodiversidade, estoques de carbono e na geração de serviços ambientais como a regulação do clima, transcendem a fronteira nacional, alcançando relevância global. Propomos uma metodologia para monitorar as Ameaças e Pressões nas APs baseada em dados de desmatamento (sem sombra de dúvidas um dos maiores vetores de ameaças, mas há outros vetores como extração madeireira, garimpo, hidrelétricas)”, diz o boletim.
Resultado e Pressão
O SAD de fevereiro a abril de 2020 detectou um total de 885 km² de desmatamento na Amazônia. O cruzamento dos dados da SAD com a grade de células de 10 km x 10 km (i.e., 100 km²) revelou que, segundo o Imazon, das 1.739 células que tiveram ocorrência de desmatamento, 921 (53%) indicam ameaça e 818 (47%) pressão em áreas protegidas.
Rondônia apresenta 50% das APs no ranking das 10 mais ameaçadas na Amazônia, mostra o boletim. As Unidades de Conservação Estaduais mais ameaçadas foram a Florex Rio Preto-Jacundá (RO) e a PES Serra dos Reis (RO). Em relação a pressão, a APA Triunfo do Xingu (PA) e a Florex Rio Preto-Jacundá lideram o ranking nessas unidades.
Nas Unidades de Conservação Federal, a APA do Tapajós (PA) e o Parna Mapinguari (AM/RO) são as líderes da tabela. E em relação a pressão, a APA do Tapajós também lidera o ranking, seguida da Flona do Amanã (PA/AM).
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