Tragédia em Manaus: casas são arrastadas e crianças ficam soterradas

Tragédia em Manaus (Arte:Mateus Moura)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium*

MANAUS – A forte chuva que atinge Manaus neste sábado, 25, transbordou igarapés (pequenos riachos que cortam a cidade) que invadiram e arrastaram residências nas zonas Sul e Leste da capital amazonense. Duas crianças ficaram soterradas e foram encaminhadas a uma unidade de saúde na cidade. De acordo com a Defesa Civil municipal, até as 12h deste sábado, choveu, em média, 78,6 milímetros na cidade. A zona mais afetada é a Leste, com 122 milímetros de chuva.

Três crianças e três adultos ficaram feridos após um barranco desabar sobre residências na Rua Projetada, bairro Armando Mendes, zona Leste de Manaus. Duas crianças ficaram soterradas e foram socorridas pelos vizinhos. Pelo menos mais quatro residências estão condenadas pela Defesa Civil. Duas casas ficaram completamente destruídas e outras duas foram parcialmente afetadas.

As crianças feridas foram levadas para o Pronto-Socorro Joãozinho, em estado grave, e não correm risco de morte. Já no bairro Zumbi dos Palmares, também na zona Leste, um vídeo registrou o momento em que uma residência foi invadida pela forte água.

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Veja os vídeos:

Outro vídeo, enviado à REVISTA CENARIUM, mostra residências arrastadas pela água de um igarapé na comunidade Manaus 2000, zona Sul da capital amazonense. No registro, os imóveis de madeira, que ficavam localizados na margem do igarapé, são levados pela água enquanto moradores assistem à cena e gritam.

Casas são arrastadas pela água na comunidade Manaus 2000. (Reprodução/ Internet)

Também na comunidade Manaus 2000, no Distrito Industrial, uma via alagou e veículos ficaram debaixo d’água. No vídeo, é possível ver moradores tentando retirar um carro da cor vermelha que fica preso no local.

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Na comunidade Manaus 2000, no Distrito Industrial, uma via alagou e veículos ficaram debaixo d’água. (Reprodução/ Instagram)

Na comunidade da Sharp, zona Leste de Manaus, moradores registraram o desabamento de uma ponte que liga o local ao bairro Armando Mendes. No local, 17 famílias foram retiradas das suas residências e realocadas na Escola Municipal Aristóteles Comte de Alencar, no mesmo bairro.

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Na zona Centro-Sul da capital, o muro do Condomínio Residencial Amazônia, na Rua Mouzart Guarnieri, bairro Parque 10, desabou após a terra ceder.

O muro do Condomínio Residencial Amazônia, na Rua Mouzart Guarnieri, bairro Parque 10, desabou após a terra ceder. (Reprodução/ Redes Sociais)

Assistências

De acordo com o Governo do Amazonas, as famílias da Comunidade da Sharp que tiveram suas moradias afetadas pelas chuvas estão sendo acompanhadas e assistidas pelas equipes sociais da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE) e Superintendência Estadual de Habitação (Suhab).

Essas famílias terão prioridade no processo de reassentamento do Programa Social e Ambiental de Manaus e Interior (Prosamin+), que está sendo realizado pela Suhab. “Aquelas cujas casas foram afetadas, vão receber a bolsa moradia transitória, até que recebam a solução de moradia definitiva. Elas foram levadas provisoriamente para uma escola estadual na região”, disse o governo, em nota.

Além da Comunidade da Sharp, o governo também dá assistência aos moradores da Manaus 2000. O processo de reassentamento já está acontecendo e, ainda em 2023, todas as famílias que estão na faixa de alagação serão atendidas com reassentamento.

A Prefeitura de Manaus informou, por meio da Centro de Cooperação da Cidade (CCC), que até o momento a Central 199 da Defesa Civil já registrou 67 ocorrências, sendo 34 de alagação. A Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg) está com três equipes na rua, atuando nos principais pontos da cidade.

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), afirmou que a chuva deste sábado é mais forte do que a registrada no último dia 12 de março, que causou um deslizamento de terra no bairro Jorge Teixeira, onde oito pessoas morreram.

“As chuvas que caem hoje são mais intensas e mais fortes, mais volume, do que a última chuva do dia 12 que teve aquele acidente lá no Jorge Teixeira”, disse Almeida. “Estamos em alerta para minimizar os efeitos desse grande temporal que cai sobre a nossa cidade desde às 6h30 da manhã”.

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