Tratamento de lesões causadas pelo HPV deve ser feito com apoio profissional, diz especialista

Presidente da seccional amazonense da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Dr. Giuseppe Figliuolo, destaca que o diagnóstico precoce e o tratamento de lesões provocadas pelo vírus andam lado a lado (Divulgação)
Da Revista Cenarium*

MANAUS – O tratamento de lesões provocadas pelo HPV (Papilomavírus Humano) é feito a partir de etapas, que vão desde o diagnóstico precoce, até a realização de cauterização, cirurgia ou aplicação de terapia medicamentosa. O cirurgião uro-oncologista da Urocentro Manaus, presidente da seccional amazonense da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Giuseppe Figliuolo destaca que o diagnóstico precoce e o tratamento de lesões provocadas pelo vírus andam lado a lado Figliuolo, explica que, como o vírus é transmitido, geralmente, por contato sexual, as primeiras manifestações, na região genital, ocorrem por meio de verrugas que podem evoluir para alterações mais graves se não tratadas a tempo, levando, inclusive, ao câncer, no caso dos subtipos considerados oncogênicos.

Considerado um dos principais fatores de risco para os cânceres de colo uterino e de pênis, e fator que pode estar relacionado a outros tipos da doença, como os cânceres de boca, língua, ânus e garganta, o HPV pode ser prevenido com medidas como o uso de preservativo durante as relações sexuais e com a vacina, hoje, ofertada gratuitamente na rede pública de saúde para meninos e meninas em idade escolar.

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“Existem mais de 200 tipos de HPV já identificados pela ciência. Desses, cerca de 40 podem causar infecções no trato ano-genital e pelo menos 12 tipos de HPV são considerados oncogênicos. Nesse caso, apresentam alto risco de provocar infecções persistentes ou de estar associados a lesões precursoras das neoplasias malignas, a exemplo dos cânceres de pênis e de colo uterino”, destacou o especialista.

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Presidente da seccional amazonense da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Figliuolo destaca que o diagnóstico precoce e o tratamento de lesões provocadas pelo vírus andam lado a lado. O diagnóstico é feito a partir de avaliação clínica. Mas, o tipo de HPV que provocou a lesão, depende do exame histopatológico, feito a partir da análise de tecido extraído via biópsia. O procedimento é simples e rápido.

“A retirada da verruga (tecido) para a análise patológica pode ser feita em nível ambulatorial, com a utilização de anestesia local. A partir daí, inicia-se o tratamento com pomadas e drogas indicadas pelo profissional médico, ou, cauterização, em casos mais simples e com indicação”, frisou.

“No caso de detecção de câncer, após a análise da biópsia, serão definidos os tratamentos de combate à neoplasia maligna. A terapia indicada dependerá do tipo de HPV, extensão da lesão (estadiamento), condição clínica do paciente, idade, entre outros. Ela poderá incluir cirurgia, quimioterapia e até radioterapia. Cada caso é um caso”, ressalta Figliuolo.

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O cirurgião, que é doutor em saúde pública e tem cerca de 20 anos de experiência na área oncológica, atua em pesquisas que avaliam o perfil dos pacientes com câncer de pênis na região amazônica. Ele afirma que, quanto mais cedo a lesão for descoberta, menos invasivo e desgastante será o tratamento.

“Vale lembrar que a vergonha e o preconceito têm levado muitas pessoas, em especial, os homens, a não procurarem ajuda médica quando há uma lesão considerada sugestiva de Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Muitos preferem esconder ou se automedicar, o que não é correto e pode piorar o quadro clínico. Uma opinião profissional, com prescrição adequada, pode levar à cura e à retomada das vidas social e sexual plenas. Por isso, é importante deixar o medo de lado e ser racional. A saúde deve estar sempre em primeiro lugar”, concluiu Giuseppe Figliuolo.

(*) Com informações da assessoria
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