Com informações do Congresso em Foco
BRASÍLIA – O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, retoma nesta quinta-feira (20) seu depoimento à CPI da Covid. A fala do general, a mais aguardada até o momento na CPI, foi interrompida ontem pouco depois das 16h por conta do início da ordem do dia no Plenário do Senado. Durante o intervalo, o general passou mal e foi atendido pelo senador Otto Alencar (PSD-BA). Na saída do Senado, Pazuello negou ter sofrido da síndrome vasovagal, conforme alegou Otto.
Falta de oxigênio
No início da sessão desta quinta-feira (20), o senador Eduardo Braga (MDB-AM) pediu que Pazuello pedisse desculpas ao povo manauara por transitar em um shopping sem máscara.
Braga também questionou o ex-ministro sobre de quem é a responsabilidade pela falta de oxigênio no Amazonas e pelo fechamento do hospital de campanha de Manaus.
Pazuello novamente tentou explicar a origem do aplicativo Tratecov. “ É uma calculadora que facilita diagnóstico. […] A construção foi feita de 6 a 10 de janeiro. Ele não estava completo, precisava colocar os CRMs lá dentro. No dia que foi apresentado, ele foi hackeado. Existe um boletim de ocorrência. Ele alterou e colocou nas rede pública.” No fim das contas, disse o ex-ministro, nunca foi utilizado por nenhum médico.
“Havia conhecimento da questão do oxigênio, a própria secretaria disse que não faltaria e sua equipe esteve presente e faltou planejamento da sua equipe e ação para salvar vidas”, disse Eduardo Braga. “Esse programa que o ministro diz ter sido hackeado foi divulgado pela TV Brasil”, advertiu Omar Aziz.
Os governadores do consórcio Nordeste e João Doria, de São Paulo, foram citados na CPI da Covid pelo senador Marcos Rogério, que mostrou um vídeo com governadores falando sobre o uso da cloroquina. Omar Aziz rebateu o material dizendo que houve mudança no protocolo de uso do medicamento. “Isso era em março de 2020, os protocolos mudam”, afirmou o senador.
Cloroquina
Primeiro dia de depoimento
A fala de Pazuello durante a quarta-feira (19) foi blindada por um habeas corpus que o permite se calar sobre atos relativos às suas ações diante da pasta. Mesmo assim, o general respondeu às perguntas dos senadores, de maneira considerada prolixa e tortuosa pelos parlamentares, que criticaram a postura.
“A grande dificuldade é que ele elaborou uma estratégia para não responder exatamente, dissimular e delongar estas respostas, se omitir e mentir”, disse Renan Calheiros, relator da CPI. “Foi uma opção que fez o ex-ministro e dessa forma está colaborando muito pouco com a investigação. Ele é a principal testemunha, mas resolveu mentir”. O senador alagoano chegou a sugerir a contratação de agências de checagem para rebater eventuais mentiras faladas pelos depoentes – porém não explicou como isso poderia ser feito.
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