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‘Trouxeram para se defender’, diz pai de aluno que levou objetos cortantes para escola; estudantes não foram expulsos
Colégio Militar da Polícia Militar IV – Áurea Pinheiro Braga (CMPM IV), localizado na Zona Leste de Manaus (Jander Souza/Revista Cenarium)
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12 de abril de 2023
Ívina Garcia e Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium
MANAUS – “Estão todos apavorados, então, infelizmente, com o ataque que teve, as crianças trouxeram inocentemente coisas que não deveriam ter trazido. Na conversa deles com os policiais eles falaram que trouxeram para se defender“, o relato é de Orlando Simões, pai de um dos alunos flagrado com objetos perfurocortante na mochila durante revista no Colégio Militar da Polícia Militar IV – Áurea Pinheiro Braga (CMPM IV), localizado na Zona Leste de Manaus, na manhã desta terça-feira, 11.
De acordo com os pais ouvidos pela reportagem da REVISTA CENARIUM, as quatro crianças, de 11 e 13 anos, seguem matriculadas na instituição. O material encontrado com elas foi apreendido por policiais militares que atuam no colégio.
“Nossos filhos continuam na escola, em nenhum momento eles tiveram essa atitude de expulsar, porque graças a Deus foi apurado, conversamos com os alunos, e decidiram não expulsar porque não tinha motivo. As crianças levaram os materiais com medo do que podia acontecer“, relata o Orlando, que afirma ainda que a sensação de pânico tem tirado a paz dos adolescentes.
Os responsáveis pelos alunos foram até a instituição no começo da tarde desta quarta-feira, 12, para conversar com a diretoria da instituição após a divulgação de um vídeo no qual os adolescentes aparecem chorando, com a informação de que seriam expulsos.
“A direção da escola conversou com a gente, nós explicamos essa situação e eles tiveram o bom senso e viram que era isso que estava acontecendo. Demos parabéns ao tenente Cláudio, que foi muito consciente e sabia que nossos filhos eram crianças do bem, eram inocentes. Nós aplaudimos isso, porque eles sabem quando as crianças estão mentindo“, relata Orlando.
Preocupação
A preocupação agora, segundo os pais, é com a imagem dos filhos menores de idade, que está sendo compartilhada nas redes sociais como se fossem infratores. “Minha filha não fez nada, as crianças estão com psicológico abalado. Minha filha trouxe o material para se defender. A gente não está tendo apoio que precisamos, os policiais aqui foram muito generosos e empáticos com os nossos filhos. Mas agora eles estão sendo tratados como menor infrator pela mídia“, conta Patrícia Lins, mãe de outro aluno.
“Não estou passando a mão, eu conheço meu filho, ele não tem comportamento ruim, somos da igreja, ele é conhecido dentro da igreja e na escola. O meu filho chorou ontem e disse que não era capaz de machucar nenhum animal, o sargento falou ‘eu conheço seu filho, ele é estudioso’. Então, o que está acontecendo é que está sendo divulgado imagem dos nossos filhos sem autorização“, afirma Nazaré Martins, mãe de um dos estudantes.
Entenda o caso
Na manhã desta quarta-feira, 12, um vídeo mostrando alunos do Colégio Militar da Polícia Militar IV – Áurea Pinheiro Braga (CMPM IV) chorando após uma suposta expulsão da instituição, por ter encontrado objetos cortantes nas mochilas, começou a circular nas redes sociais.
A ação, coordenada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), partiu de uma denúncia recebida pela Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc). Ao todo, foram apreendidas sete facas, dois canivetes, duas armas de fogo falsas, estoque de tesoura e spray de pimenta caseiro.
Em nota, a Seduc informou que os responsáveis pelos estudantes foram chamados até a instituição, acompanhados dos adolescentes, e foram ouvidos pela Delegacia Especializada em Atos Infracionais (Deaai), responsável pela investigação de ameaças e atentados a escolas.
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