Ufam celebra 115 anos de contribuição à ciência na região amazônica

Vista aérea da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) (Reprodução/Flickr/Ufam)
Adrisa De Góes e Ricardo Chaves – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) celebra 115 anos de existência e contribuição para a comunidade acadêmica nesta quarta-feira, 17. Considerada a instituição de ensino superior mais antiga do Brasil, atualmente, cerca de 39 mil alunos, professores e servidores compõem o quadro de discentes e docentes.

Em todo o Estado, a Ufam possui 23 unidades acadêmicas, das quais 18 estão localizadas na capital e outras cinco em municípios do interior. Além disso, a universidade oferece mais de 120 cursos de graduação na modalidade regular, bem como 41 programas de pós-graduação, entre 49 cursos de mestrado, 25 de doutorado e 12 de pós-doutorado. Na modalidade de especialização são 52 cursos.

O reitor da universidade, professor Sylvio Puga, destaca os avanços da instituição e o legado erguido ao longo de mais de cem anos de história. Para o gestor, a Ufam possui uma trajetória bem-sucedida, construída por integrantes da comunidade acadêmica, dos conselhos superiores e da sociedade amazonense.

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Sylvio Puga é o reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) (Reprodução/Arquivo Pessoal)

“Comemoramos a chegada desses 115 anos com orgulho, por exemplo, de ocupar o primeiro lugar no ranking da Transparência da CGU; a execução de 100% do Orçamento em 2023, o que significa que todos os recursos destinados à Ufam foram utilizados sem devolução, e a implantação do Plano de Desenvolvimento das Unidades (PDU) nas unidades acadêmicas e órgãos suplementares”, avalia o reitor.

Sylvio Puga destaca, ainda, entre os feitos alcançados pela universidade, nos últimos anos, a nota quatro no Índice Geral de Cursos (IGC) e o aumento no número dos cursos de pós-graduação, acompanhado da elevação das notas dos programas de pós-graduação.

“Esse crescimento se deve a uma política institucional de autoavaliação e planejamento estratégico, a curricularização das atividades de extensão estabelecidas pela Resolução Consepe 044/2023 e a Resolução Consuni 011/2023, que apresentam as novas regras da Política de Ciências e Tecnologia da Ufam”, ressalta o gestor.

Resistência da Ciência

Professora da Ufam há mais de 30 anos, a diretora do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Amazonas (IFCHS/Ufam), Iraildes Caldas, afirma que a história da instituição é marcada pela resistência em favor da ciência e da formação cidadã, além da promoção da ampliação do ensino superior na região amazônica.

“A Ufam tem a história que consagra uma resistência de ciência, uma resistência na ousadia e na rebeldia. Rebeldia porque sempre cultivou o pensamento livre, sempre cultivou a luta política como um instrumento de transformação, sempre acreditou na cidadania como uma forma de reivindicação que pudesse despertar, nos poderes públicos, a necessidade de criação de políticas públicas”, destaca a professora.

A diretora do IFCHS define, ainda, a Ufam como uma universidade estratégica desde a fundação, em 1909, devido ao histórico de construção da cidadania e da luta pela comunidade acadêmica e o desenvolvimento científico, além de estar localizada na região central da Amazônia Legal.

A professora da Ufam Iraildes Caldas (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

“A Ufam tem uma grande simbologia, que é colocar o Amazonas, e não só o Amazonas para fora, numa certa visibilidade trazida pelo chamado ciclo da borracha, que estava no auge no período em que a instituição foi fundada (…) Com a fundação da universidade, a Amazônia, que já é cobiçada, passa a ser visada como próspera e como bem situada”, enfatiza Iraildes Caldas.

Histórico da instituição

Em meio à efervescência do ciclo da borracha, surge a Escola Universitária Livre de Manaós no ano de 1909, sendo a Faculdade de Direito a primeira unidade de ensino da instituição. A identidade é tanta que o Centro Acadêmico de Direito da Ufam, atualmente, se chama “17 de Janeiro”. Foi nesta data que o curso inaugurou a primeira instituição do País, criada por inspiração do tenente-coronel do Clube da Guarda Nacional do Amazonas, Joaquim Eulálio Gomes da Silva Chaves.

O surgimento da faculdade ocorreu no momento em que o Amazonas despontava como um grande centro de desenvolvimento econômico e financeiro, atraindo pessoas de todo o mundo atrás do látex da seringueira. Na mesma época, surgiram as grandes edificações do Estado, como o Palácio da Justiça, Teatro Amazonas e Mercado Adolpho Lisboa.

Ambulatório Araújo Lima na Ufam (Arquivo/Ufam)

A partir de 1913, a faculdade muda de nome e passa a se chamar Universidade de Manaós. Com o declínio da borracha, os cursos criados foram desativados gradativamente, restando o curso da Faculdade de Direito, o elo entre a atual Universidade Federal do Amazonas, sucessora legítima da Escola Universitária Livre de Manaós, tornando a instituição a mais antiga do Brasil.

Mudança de nome

Em 1962, o presidente João Goulart, por meio de Lei Federal N° 4.069, criou a Universidade do Amazonas (UA), de autoria do deputado federal Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Filho, mas só se instalou como Fundação de Direito Público, mantida pela União Federal, em 17 de janeiro de 1965.

A partir de então, a Universidade do Amazonas se consolidou e ampliou a estrutura com novos cursos e absorção de outros já existentes, como as faculdades de Ciências Econômicas e de Filosofia, Ciências e Letras, unidades criadas de forma isolada e mantidas pelo Estado. Em 1990, a Escola de Enfermagem de Manaus é incorporada também pela instituição.

Alunos em sala de aula (Arquivo/Ufam)

Em 20 de junho de 2002, a saudosa UA recebe a denominação de Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por meio de lei oriunda de projeto de autoria do então senador José Bernardo Cabral. A instituição de ensino superior é referência no País em pesquisa e estudo em todos os ramos do saber e da divulgação científica, técnica e cultural.

Selo comemorativo

Em comemoração aos 115 anos, a Ufam lançou, nesta quarta-feira, um selo comemorativo, associado ao logotipo da instituição. A desenvolvedora da marca, designer da assessoria de comunicação da universidade, Bruna Andrade, comenta os detalhes do selo e orienta quanto à utilização do mesmo.

“O selo tem como foco as vertentes futuro, conservação ambiental e tecnologia. Para a confecção do selo, foi dado destaque à tecnologia, com setas apontando para um futuro que é expressivamente marcado por esta tecnologia voltada para promover a conservação ambiental e uma educação comprometida com o progresso da sociedade”, ressalta a designer.

De acordo com a instituição, o selo não deve substituir a marca original da Ufam, mas integrá-lo como uma assinatura conjunta. A recomendação é que seja utilizado nos materiais temporários e páginas virtuais ao longo de 2024, ressalvados os documentos permanentes, nos quais a identidade visual da universidade deve permanecer inalterada.

Selo comemorativo dos 115 anos da Ufam (Reprodução/Ufam)
Leia mais: Na Ufam, evento discute questões ambientais e políticas públicas na Amazônia
Revisado por Adriana Gonzaga
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