Um ‘Rei’ na Amazônia: a passagem de Pelé pelos campos do Norte do Brasil

Na foto histórica, Pelé com o uniforme santista e jogadores do Nacional de Manaus, em partida que terminou com o placar de 2 a 1 para o 'peixe da Vila Belmiro' (Reprodução/Internet)
Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – O maior jogador de futebol de todos os tempos, Edson Arantes do Nascimento, o “Rei Pelé”, também entrou em campo no Norte do Brasil. O ídolo jogou quatro partidas em Manaus, capital do Amazonas, e duas em Belém do Pará. Na capital paraense, em um dos jogos, Pelé vestiu a camisa azulina do Clube do Remo em partida contra o rival Paysandu Sport Club. Em Manaus, Pelé jogou com a camisa canarinho, da seleção brasileira, na inauguração do estádio Vivaldo Lima, contra um time selecionado amazonense, antes da Copa do Mundo, em 1970.

Foto histórica de Pelé com a camisa do Clube do Remo, em partida que aconteceu em Belém, no ano de 1965 (Reprodução/Internet)

Para o presidente eleito da Federação Amazonense de Futebol (FAF), Ednailson Rozenha, Pelé simboliza uma era e sintetiza a emoção e o orgulho de um País. “Pelé é um gênio brasileiro. O amor definitivo de toda uma nação. Nossa terra teve a honra de ver seu talento em três oportunidades. Nossa homenagem a um ser raríssimo que nasceu para ser o que foi: extraordinário”, enalteceu o presidente da FAF.

A primeira vez de Pelé, em Manaus, foi em 9 de agosto de 1968. O jogo era um amistoso contra o Nacional Fast Clube. A partida aconteceu no Estádio da Colina, completamente lotado para ver o “Rei do Futebol”. O placar foi de 3 a 0 para o Santos, com um gol de Pelé. A segunda partida, também amistosa, foi no dia 11 de agosto de 1968 contra o Nacional Futebol Clube. Na ocasião, o “Naça” foi derrotado por 2 a 1, com direito a um gol de Pelé.

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Contra o Rio Negro

O detalhe curioso é que Pelé se despediu do Santos Futebol Clube, seu time do coração, contra um time de futebol da Amazônia. No Brasileirão de 1974, o rei marcava o último gol pelo “Peixe da Vila Belmiro”, contra o Atlético Rio Negro Clube, do Amazonas, em uma vitória por 3 a 0. O time santista fez questão de recordar em suas redes sociais. Na postagem, o alvinegro paulista homenageou a memória histórica daquela partida. “Vida longa ao maior de todos os tempos!“, diz a postagem.

O alvinegro praiano usou suas redes para lembrar a última partida de Pelé pelo Santos, e foi contra o Rio Negro do Amazonas, em 1974 (Reprodução/Redes Sociais)

Nas duas passagens por Belém, Pelé também marcou gols. A primeira partida foi em 29 de abril de 1965. Na ocasião, o Santos goleou o Remo por 9 a 4, no Baenão. Na partida, o jogador saiu do túnel vestindo a camisa do Remo e carregando um buquê de flores presenteado pela diretoria do clube paraense. Pelé foi ovacionado em campo. A elegância do rei levou os torcedores ao delírio, no Baenão, e, apesar da goleada santista, aquela noite entrou para a história do futebol paraense.

A segunda vez, na capital paraense, foi no dia 6 de agosto de 1968. Três anos após a primeira partida, o “Rei” voltou a jogar no Pará. A partida foi entre Santos e Paysandu. A disputa foi na Curuzu, o estádio mais antigo de Belém. O “Papão da Curuzu” abriu o marcador mas, em pouco tempo, o Santos empatou e virou o jogo. Placar final: Santos 3 a 1 sobre o Paysandu, com direito a dois gols do “Rei do Futebol”.

Seleção brasileira em pose no gramado, por ocasião do jogo de inauguração do estádio Vivaldo Lima, em 1970, em Manaus (Reprodução/Internet)

Manaus deu sorte

O radialista Valdir Correia conta que foram quatro partidas de Pelé em Manaus. “A última, com a camisa do Santos, foi em 1972, pelo campeonato nacional, atual campeonato brasileiro. À época, eu tinha 14 anos e trabalhava na cobertura esportiva pela Radio Rio-Mar. A partida foi entre Santos e Nacional. O Santos venceu, só não me recordo o placar porque já faz um tempinho”, recordou com bom humor.

Valdir conta que o clima não era nada amistoso e o povo brasileiro não acreditava na seleção para a Copa de 1974. “Era o regime militar e o João Saldanha era, assumidamente, de esquerda. O presidente Médici queria o Dadá Maravilha na seleção e o João disse que ele não escalava os ministros do presidente, então, não aceitava que o presidente escalasse os jogadores dele. O João, obviamente, caiu, o Zagallo assumiu e o Dadá foi para a Copa”, relembrou.

Manchete de um jornal, à época, sobre os preparativos para o jogo entre Fast x Santos. O time paulista venceu por 3 a 0 o time amazonense (Reprodução/Internet)

A campanha na Copa de 1966 foi um fiasco e o povo não botava fé no selecionado do Saldanha, que virou selecionado do Zagallo. A partida, em Manaus, foi a última antes do México. Aqui, a seleção desencantou e ganhou por 4 a 1 contra o selecionado amazonense. A vitória elevou o astral da equipe e o time saiu confiante daqui para o México. Posso dizer que Manaus e o Amazonas deram sorte para a seleção brasileira que, ao final, ganhou a Copa do Mundo”, afirmou.

O jornalista, comentarista esportivo e apaixonado por futebol, Dudu Monteiro de Paula, fã declarado de Pelé, enviou um vídeo para a REVISTA CENARIUM comentando sobre a vida e a obra do gênio do futebol. Na leitura do jornalista, o talento e a força do atleta era diferenciado e o impulsionou para se eternizar na história.

Veja o vídeo na íntegra:

O jornalista esportivo Dudu Monteiro de Paula comenta sobre a importância de Pelé para o futebol (Reprodução)
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