Amazonas: Polícia Federal investiga envolvidos em massacre do Rio Abacaxis

Policiais em operação no Rio Abacaxis (Reprodução/Polícia Federal)
Carol Veras – Da Revista Cenarium

MANAUS(AM)- A Polícia Federal retornou à região do Rio Abacaxis no município de Nova Olinda do Norte, distante 135 quilômetros de Manaus, capital do Amazonas, para dar seguimento às apurações sobre os envolvidos no “massacre do Rio Abacaxis” e buscar reparações para vítimas e familiares.

A missão ocorreu entre os dias 15 de abril e esta terça-feira, 23. De acordo com a instituição, os “policiais buscam reunir esforços tanto institucionais quanto sociais para criar um espaço de colaboração entre diferentes setores e esferas governamentais“.

A intenção é estabelecer uma agenda de trabalho para mediar conflitos e fortalecer políticas públicas territoriais e sociais direcionadas às comunidades tradicionais da região, afirmou a Polícia Federal.

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Policiais em operação no Rio Abacaxis (Reprodução/Polícia Federal)
Entenda o caso

De acordo com as investigações da Polícia Federal, em julho de 2020, o então secretário executivo do Governo do Amazonas, Saulo Rezende Costa, foi baleado no braço após tentar entrar com uma lancha particular em uma área, em Nova Olinda do Norte. Dias depois, quatro policiais militares à paisana foram até o local para prender os atiradores. Dois deles morreram em confronto.

A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas enviou 50 policiais para a área. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, a sucessão de acontecimentos levou à execução de seis pessoas e o desaparecimento de duas nas comunidades ao longo do Rio Abacaxis, em uma violação de direitos humanos cometida por agentes a serviço do Estado. Além disso, há diversos relatos de torturas e violações de direitos humanos.

A chacina resultou nas mortes dos irmãos indígenas do povo Munduruku, Josimar e Josivan, da Aldeia Laguinho, que viajavam a Nova Olinda do Norte para receber pagamento, e de mais quatro ribeirinhos, sendo um menor de idade.

Dois anos após o massacre no Rio Abacaxis, em 2022, o Ministério Público Federal (MPF) requereu, por parte de órgãos públicos das três esferas de poder, que resguardassem a integridade física e mental dos povos indígenas e comunidades tradicionais afetados pelo cenário de insegurança no Rio Abacaxis.

Em 2023, O Coletivo pelos Povos do Rio Abacaxis divulgou manifesto apontando uma “manobra maliciosa” para trocar o delegado responsável pela investigação do massacre, no Amazonas, além da intensificação de invasões de garimpeiros, ameaças e agressões, e até a queima de uma aldeia indígena, devido à falta de proteção dos povos tradicionais e indígenas da região.

Leia mais: Coletivo aponta tentativa de manobra em investigação e violência após ‘massacre do Rio Abacaxis’
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