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Amazonas registra queda nos casos de malária e se prepara para o período sazonal da dengue
Especialistas falam em manter cuidados por conta do início da estação chuvosa no Estado — outubro a dezembro, que pode aumentar a incidência da malária (Divulgação)
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10 de outubro de 2022
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – O Amazonas registrou 38.718 casos de malária entre janeiro a setembro de 2022, segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP). O número representa uma queda de 13,5% se comparado com o período homólogo, quando 44.784 infecções foram confirmadas. Especialistas falam em manter cuidados por conta do início da estação chuvosa no Estado — outubro a novembro, que pode aumentar e provocar a incidência ainda de outras doenças, como a dengue.
“Apesar da queda no número de casos novos, temos que continuar na prevenção: evitar ficar exposto no final da tarde, quando a fêmea vem e pica as pessoas; usar o mosqueteiro com o inseticida, que é um produto ótimo no controle da malária. E, se apresentar qualquer febre, procurar imediatamente o centro de atendimento em seu bairro e município, porque você consegue evitar que esta pessoa seja o foco de infecção para outras”, alertou o médico infectologista Nelson Barbosa.
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do gênero Plasmodium e é transmitida pela fêmea infectada do mosquito Anopheles no momento da picada no ser humano. No Brasil, três espécies estão associadas à malária: a P. vivax, a P. falciparum e a P. malarie. Os sintomas mais comuns nas pessoas são a febre alta, calafrios e falta de apetite.
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“A doença pelo Plamodium falciparum é a forma mais grave. Ela pode dar malária cerebral, atingindo os rins e matar a pessoa. A malária por Plasmodium vivax, a complicação principal é a ruptura do baço, que também pode matar a pessoa”, salientou Nelson Barbosa.
No Amazonas, segundo a gerente de Doenças de Transmissão Vetorial – Malária do Departamento de Vigilância Ambiental (GDTV-Malária/DVA/FVS-RCP), Myrna Barata, a sazonalidade da malária acontece entre os meses junho a setembro, aproximadamente. De outubro para novembro, que já começa o período chuvoso, o cuidado deve ser com as arbovisores, como a dengue, causada pela picada do Aedes aegypti.
“O pico da malária no Estado acontece no período da seca e, agora, no período chuvoso, entra o nosso olhar atento para pequenos criadouros relacionados a prevenção das arboviroses”, salientou Myrna Barata.
Malária no AM
Em todo o ano passado, o Amazonas foi o Estado que mais registrou infecções de malária, com quase 40% dos casos do País, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Ao todo, foram 57.194 casos da doença, de janeiro a dezembro de 202, em solo amazonense, enquanto em todo o Brasil, foram 145 mil diagnósticos positivos.
Manaus, mesmo sendo a cidade mais populosa, com 2,2 milhões de pessoas (segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE), não foi a primeira em números de infecções por malária. A capital amazonense foi a terceira colocada, com o total de 4.459 casos da doença, em 2021, atrás apenas das cidades de São Gabriel da Cachoeira (9.010 casos) e Barcelos (9.144).
Este ano, os números da doença vêm baixando. Somente no mês de setembro de 2022, o total de infectados foi de 7.147 casos, uma queda de 49% se comparado com o mesmo período de 2021, quando a FVS-RCP registrou 14.087 infecções.
Além disso, a FVS-RCP tem distribuído mosquiteiros impregnados com inseticida que vêm sendo utilizados para inibir a malária no interior do Amazonas. A fundação é responsável pela vigilância em saúde na região e atua no monitoramento de doenças, o que inclui a prevenção daquelas transmitidas por vetores, como é o caso da malária.
Segundo a pasta, técnicos da Vigilância em Saúde do Amazonas integram projeto para avaliar o impacto do uso desses mosquiteiros de segunda geração no controle da malária em áreas de transmissão ativa, no município de Humaitá (a 590 quilômetros de Manaus). O estudo ocorre neste último trimestre de 2022 e teve a parte prática na segunda quinzena de setembro.
A iniciativa acontece em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde. Pelo Amazonas, os técnicos envolvidos na ação fazem parte da Gerência de Doenças de Transmissão Vetorial – Malária do Departamento de Vigilância Ambiental (GDTV-Malária/DVA) da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM).
“Os mosquiteiros impregnados com inseticida já vêm sendo utilizados para prevenção de malária no interior do Amazonas. Um dos objetivos esperados no estudo é conhecer também a aceitação dessa ferramenta pela população”, destacou a gerente do GDTV-Malária, Myrna Barata.
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