Amazônia concentra maior crescimento de favelas no País em 37 anos, com 29,3% da expansão urbana na periferia
Comunidade no bairro Educandos, zona Sul de Manaus (AM). (Ricardo Oliveira/Cenarium)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
MANAUS – A Amazônia lidera o percentual de crescimento de favelas no País, com 29,3% da expansão urbana em áreas informais, no bioma, em 37 anos. Os dados são do levantamento do MapBiomas sobre áreas urbanizadas, feito a partir da análise de imagens de satélite captadas entre 1985 e 2021, e divulgado nesta semana. Manaus, capital do Estado do Amazonas, está no topo do ranking, com quase 10 mil hectares.
O estudo mostrou que as áreas informais, popularmente chamadas de favelas, totalizaram 106 mil hectares, e a maior parte da área urbanizada nessa localidades se concentra nas capitais. Além de Manaus, outra capital amazônica ocupa o topo da lista: Belém (PA) está em terceiro lugar, com 5 mil hectares ocupados.
Os dados confirmaram que 50% de toda a área urbanizada em Aglomerados Subnormais (AGSN) – definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para favelas – está concentrada em 25 dos 738 municípios mapeados, e mais cidades de Estados da Amazônia Legal – Amazonas, Pará, Acre, Roraima, Tocantins, Rondônia, Mato Grosso, Amapá e Maranhão – ocupam a lista.
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Em sexta posição está São Luís, no Maranhão; Ananindeua, no interior do Pará, ocupa a 11ª; Porto Velho, capital de Rondônia, está na 13ª; Santarém, capital do Pará, na 17ª; José de Ribamar, também no Maranhão, está na posição número 19; Cuiabá, capital do Mato Grosso, na 21ª; e Palmas, capital do Tocantins, na 24ª posição.
Nos últimos 37 anos, as áreas urbanizadas no País passaram de 1,2 milhão de hectares para 3,7 milhões, apontou o Mapbiomas. As imagens de satélite ainda permitiram identificar que a ocupação urbana como um todo em áreas de risco aumentou três vezes entre 1985 e 2021, e em áreas informais esse avanço foi ainda maior: 3,4 vezes. De cada 100 hectares de favela, 15 foram construídos em áreas de risco.
Das 887 cidades com alguma área urbanizada em áreas de risco, apenas 20 cidades respondem por 36% de toda a área de risco ocupada nos últimos 37 anos. Salvador (BA), Ribeirão das Neves (MG), Jaboatão dos Guararapes (PE), São Paulo (SP), Recife (PE) e Belo Horizonte (MG) são as seis primeiras da lista.
Quanto aos biomas, o Cerrado lidera o ranking com o maior aumento das áreas urbanizadas em risco, com 382%, seguido da Caatinga, com 310%, Amazônia, com 303%, Mata Atlântica, com 297%, Pampa, com 193%, e por último o Pantanal, com 187%.
Os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, localizados na Mata Atlântica, têm as duas maiores áreas urbanizadas do País e, juntos, perderam quase 38 mil hectares de vegetação nativa: foram perdidos, respectivamente, 26.655 ha e 10.982 ha.
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