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Após morte de idosa Yanomami, associação pede que imagem pare de ser compartilhada
Indígenas Yanomami (Divulgação)
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23 de janeiro de 2023
Daniel Amorim – Da Revista Cenarium
MANAUS – A Associação Yanomami Uhiri publicou nota, em perfil no Instagram, nesta segunda-feira, 23, solicitando que a foto da indígena que morreu com grave estado de desnutrição não seja compartilhada. A mulher, que aparecia bastante debilitada em cima de uma balança, fazia parte da comunidade Krakatoa. A morte foi divulgada pela associação no domingo, 22.
“Após diversos comentários distorcidos, viemos explicar novamente que, a intenção da publicação é alertar as pessoas que evitem compartilhar em futuras notícias ligadas à situação do povo Yanomami. Estamos cientes da impossibilidade de retirar a imagem de todos os meios de comunicação, tendo em vista que já foi compartilhada por diversas pessoas, mas resolvemos publicar a nota como forma de alerta para novas matérias que surgirem utilizando a imagem da idosa“, diz a legenda da postagem, ilustrada pela imagem desfocada da idosa.
A Associação justificou que a edição da foto serve como um alerta. De acordo com a tradição Yanomami, a comunidade deixa de pronunciar o nome da pessoa recém-falecida, seus pertences são queimados e a divulgação de fotografias é proibida.
“Estamos cientes da impossibilidade de retirar a imagem de todos os meios de comunicação, tendo em vista que já foi compartilhada por diversas pessoas, mas resolvemos publicar a nota como forma de alerta para novas matérias que surgirem utilizando a imagem da idosa“. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) replicou a nota na rede social.
Condições precárias
A crise humanitária na Terra Indígena (TI) Yanomami, em Roraima, ganhou ampla repercussão na semana que passou. O Ministério da Saúde decretou estado de emergência devido às condições precárias de sobrevivência dos indígenas. De acordo com o órgão, 570 crianças Yanomami morreram por contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, resultado do garimpo ilegal na região.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou uma Casa de Saúde na TI no sábado, 21, e afirmou que vai intensificar o combate à atividade. “Nós vamos levar muito a sério essa história de acabar com qualquer garimpo ilegal, e mesmo que seja uma terra que tenha autorização da agência, para fazer pesquisa, eles podem fazer pesquisa sem destruir a água, sem destruir a floresta e sem colocar em risco a vida das pessoas que depende da água para sobreviver“, declarou.
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