MANAUS – Inspirada na obra surrealista do pintor René Magritte, “Os Amantes I” (1928), e no livro sobre a dissonância cognitiva coletiva no período da pré-eleição presidencial brasileira, do escritor João Cezar de Castro (2021), a capa e conteúdo especial da REVISTA CENARIUM de novembro aborda três elementos da atual fase política do País: a superficialidade nas relações, os debates infundados e a criação de uma realidade paralela para justificar o preconceito e a ascensão de um governo autocrata.
Magritte contestava a psicanálise – principal base do surrealismo -, mas era fascinado pela filosofia. O pintor ficou conhecido por usar sua arte para criar situações bizarras com o objetivo de provocar a reflexão. Nesta edição, a CENARIUM expõe o “lado sombra” do conceito surrealista nos discursos extremistas baseados no fundamentalismo religioso, em teorias da conspiração e nos atos antidemocráticos que incitam o golpe de Estado.
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Bizarro é um termo ameno, mas mais aplicável a quem cria a sua própria realidade para amparar um fanatismo político, atacando o sistema democrático de direito, como ocorre com os atentados ao Supremo Tribunal Federal (STF), por coibir disseminação de “defesas” da volta da Ditadura Militar, a exemplo do que faz o Judiciário da Alemanha ao punir quem incita o nazismo.
Esses que falam em parcialidade do Supremo Tribunal Federal reconheceram e não questionaram a condenação dos 25 aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no caso conhecido como “Mensalão” (2014) e não confrontaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na vitória de Jair Bolsonaro (PL) em 2018.
Os fatores psicológicos de quem cria uma visão infundada de cenários políticos são abordados na “Guerra Cultural e Retórica do Ódio: Crônicas de um Brasil Pós-político” (2021), de João Cezar de Castro – fonte de inspiração para a matéria de capa – onde o autor estuda a linguagem estruturada no pensamento composto por teorias, limitando ao adversário político o papel de inimigo a ser destruído.
Nós, da REVISTA CENARIUM, não temos a pretensão demudar o pensamento surreal e doentio daqueles que defendem a volta de um sistema de governo marcado por torturas e assassinatos, mas deixamos registrado que estamos ao lado da racionalidade, do humanismo e, principalmente, ao lado da responsabilidade na missão de informar.
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