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Associações se unem para ‘descarbonizar’ barcos da Amazônia
Os barcos movidos a combustíveis fósseis, como o diesel, são comuns em toda a planície amazônica e o meio de transporte mais utilizado na região (Reprodução/Revista Nós)
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16 de maio de 2023
Mencius Melo – Da Revista Cenarium
MANAUS – A Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) e a ONG WWF-Brasil, que atua com foco na conservação da natureza e justiça socioambiental, lançaram, durante a semana, o “Guia para ampliar a mobilidade elétrica fluvial na Amazônia Legal”. O guia está disponível na internet e tem como foco “apoiar o desenvolvimento sustentável e a descarbonização dos meios de transporte da região”.
O diretor de Projetos Especiais da ABGD, Aurélio Souza, destacou a importância do conhecimento sobre energias renováveis. “Mudar sua forma de se locomover, deixando de lado os combustíveis fósseis para utilizar veículos movidos à energia. Para isso, a ABGD é uma importante aliada, pois é uma solução viável e ambientalmente mais adequada para levar energia limpa na região da Amazônia Legal”, afirmou.
Já para analista de Conservação do WWF-Brasil, Alessandra Mathyas, a iniciativa identifica alternativas para o uso dos recursos energéticos. “Esse projeto reúne dados e recomendações muito importantes, como qual o melhor módulo fotovoltaico para uma determinada instalação. Isso ajuda muito para que a população tenha uma base, principalmente, em relação à mobilidade elétrica”, observou.
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Abani
O presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Navegação Interior (Abani), Dodó Carvalho, reagiu à proposta da ABDG e da WWF-Brasil. Em tom crítico, o gestor falou à REVISTA CENARIUM.
“Precisamos ser realistas. Antes de pensar em descarbonizar os barcos à combustão, que tal melhoramos a segurança dos rios da Amazônia que estão cheio de piratas do rio e narcotraficantes?”, sugeriu e emendou: “Que tal primeiro combater o garimpo ilegal do Rio Madeira?”, alfinetou.
O presidente da entidade, que representa o modal de transporte mais utilizado em toda a Amazônia, que são os barcos que cruzam os rios da maior bacia hidrográfica do mundo, disparou contra a iniciativa das duas entidades. “Manda eles arrumarem financiamento subsidiado para trocar os barcos de madeira itaúba para o aço e, assim, melhorar os transportes de 15 milhões de passageiros na Amazônia”, retrucou.
Dodó Carvalho seguiu nas críticas e disse que a proposta é fruto de quem desconhece a realidade amazônica. “Essas pessoas se reúnem há quilômetros da Amazônia e produzem ideias mirabolantes. Manda eles darem colete para ribeirinhos que morrem afogados, doarem umas pranchas novas para o porto da Manaus Moderna, coletar o lixo que os igarapés de Manaus jogam no Rio Negro”, sugeriu.
Necessário
Dodó Carvalho amenizou a situação. “Claro que temos que discutir o combate à poluição ambiental que os combustíveis fósseis causam, mas não podemos avançar sem antes discutir a falta de estrutura portuária em Manaus. Temos a questão da segurança nos rios e centenas de barcos que ainda são de madeira. Um perigo. Enquanto não resolvemos isso, não temos como avançar no debate”, finalizou.
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