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Bolsonarista, Plínio quer reverter privatização de refinaria amazonense que atende Região Norte
Senador Plínio Valério ao lado da bandeira do posto Atem (Composição: Matheus Moura/Revista Cenarium Amazônia)
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17 de janeiro de 2024
Ricardo Chaves – Da Revista Cenarium Amazônia
MANAUS (AM) – Defensor da política econômica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Plínio Valério (PSDB) afirmou à REVISTA CENARIUMAMAZÔNIA que irá atuar com “trabalho político” para reverter a privatização da Refinaria Isaac Sabbá, conhecida como Refinaria de Manaus (Reman), privatizada pelo grupo Atem em dezembro de 2022, vendida no último ano do governo anterior.
“O quadro atual foi cantado pelos petroleiros. Solicitei uma audiência pública em Brasília para discutirmos e o documento foi levado para as autoridades. Com o monopólio (privado), os petroleiros alertaram que o preço ia subir. Temos que enfrentar essa situação. Ela esta atípica e anormal”, afirmou.
Ao ser questionado pela reportagem se poderia tomar alguma medida, no primeiro momento, o político disse ser complicado, mas, que é possível mostrar que o atual quadro pode ser mudado.
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“Vou entrar em contato com o Sindicato. Eles sempre me procuram. Eles entram com a ação e nós com o trabalho político”, assegurou Valério.
Em nota enviada à reportagem, o Sindipetro afirmou que recorre ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e à Justiça para abrir investigação no processo de venda da refinaria sediada em Manaus que atende seis Estados da Região Norte, com exceção do Tocantins.
“[Uma apuração] principalmente referente ao valor de venda – 70% abaixo do seu valor, conforme o Instituto de Estudo Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep)”, informou.
Para a economista Denise Kassama, a explicação para a variação de preços se dá pelo livre mercado. “Isso ocorre porque os donos dos postos tentam recompor a margem de ganho em cima do valor dos combustíveis”, explica.
Para a especialista, além da política de preços adotadas pela Ream que é a do Preço Paridade Internacional (PPI), outro ponto é com relação a estrutura, já que as refinarias da Petrobrás possuem todo um sistema interligado. Fora do sistema, o consumidor acabada pagando mais caro.
“As refinarias da Petrobrás funcionam em forma de sistemas. Então eventualmente uma pode abastecer a outra, de modo que elas mantenham o mesmo ritmo de produção e o mesmo parâmetro de preços. Mas, no caso da Reman, que foi privatizada, ela sai desse sistema. Ela depende de tudo que vem para fazer a sua produção, pagando o preço do mercado. Estamos por conta dessa independência e pagando o pato”, analisa a economista.
E completa: “porque você trabalhando sozinho custa muito mais caro do que coletivamente. Isso é óbvio. Além disso, o nome está dizendo privada. O objetivo dela é gerar lucro para os investidores. Então, eu diria assim, nós estamos ferrados“, disse.
Na época, o painel de preços da Petrobras mostrou que a distribuidoras adicionam R$ 1,99 na formação do preço do derivado do petróleo. A margem de lucro chegou a cair para R$ 1,44 e nesta semana está em R$ 1,71. É a maior parcela de lucro registrada pelo painel entre 16 Estados pesquisados.
“A Petrobras é uma empresa integrada, que explora, transporta e refina. Então, quando a refinaria era da Petrobras, o preço do combustível que saía era o mesmo preço da refinaria do sul, do sudeste, no nordeste. Hoje essa realidade acabou. O grupo Atem coloca no valor final o que tem de custo com transporte e logística. Isso encarece mais”, avalia o coordenador do Sindipetro-AM, Marcus Ribeiro.
Procon de olho na gasolina
A alta chamou a atenção do Instituto de Defesa do Consumidor do Amazonas (Procon-AM) que começou a realizar fiscalizações com a intenção de investigar o que chamou de “aumento considerável no preço da gasolina”. Segundo o Procon-AM, diversos estabelecimentos subiram o valor de R$ 5,59 para R$ 6,49, um acréscimo de quase R$ 1.
Refinaria privatizada da Bahia
Na sua conta na rede social X (ex-Twitter), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates afirmou no dia, 5, de janeiro que a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, é alvo de uma apuração interna na estatal e está sendo discutida com órgão de controle.
“A legitimidade do controle externo de fiscalizar as atividades da Petrobras é indiscutível e necessária, compondo o sistema de governança que protege a empresa. Não à toa, pleiteei, à época em que atuei como Senador da República, o acompanhamento atento desse processo negocial e suas consequências”, publicou.
Marcus Ribeiro, presidente do Sindipetro-AM, avalia que a investigação da venda da refinaria da baiana representa uma possibilidade do processo ser revertido no Amazonas.
“A gente vai intensificar a nossa luta para fazer com que a nossa refinaria volte para as mãos da Petrobras. Hoje como consequência da venda da refinaria. A população amazonense está pagando a gasolina mais cara do país. Para acabar com isso, o governo federal precisa olhar para o Amazonas”, disse.
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