Via Brasília – Da Revista Cenarium
Pragmatismo
Nada a ver a preocupação com o funcionalismo ou com a qualidade dos serviços públicos prestados à população. O anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de que dará reajuste aos servidores, tem razões pragmáticas e tom de chantagem. Com a PEC dos Precatórios em discussão no Senado, Bolsonaro declarou que se aprovada a proposta, o governo terá como dar aumento de salários ao funcionalismo. Mas, como sempre, não disse de quanto nem quem seriam os beneficiados.
Derrotas recentes
Preocupados com recentes derrotas no Senado, governistas adotam cautela máxima na discussão da PEC dos Precatórios. Já a equipe econômica está atenta ao mérito das mudanças e ao tempo que os parlamentares podem consumir para votar o texto no Senado. Lá, a CPI da Pandemia desgastou o Palácio do Planalto por meses a fio, rejeitou a mudança no Imposto de Renda aprovada pelos deputados e congelou a indicação de André Mendonça ao STF. Só para citar as hostilidades mais recentes.
PL reúne
Nesta quarta-feira, 17, presidente do PL, Valdemar se reúne, em Brasília, com os presidentes regionais do partido para discutir as pendências à filiação ou não de Bolsonaro. O presidente estadual da sigla no Amazonas, o ex-prefeito Alfredo Nascimento, já circula desde ontem na capital federal, enquanto o presidente municipal em Manaus do PL, o vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos, representa o parlamento em eventos externos.
Tretas regionais
Ramos acompanhará a distância se a filiação de Bolsonaro se concretiza ou não para tomar uma posição, mas já adiantou que não estará no palanque de Bolsonaro. Nesse imbróglio PL e Bolsonaro, só há uma certeza: a de que o presidente da República só trocará alianças e oficializará a união com os liberais se receber o partido com “porteira fechada”, em outras palavras, com o controle dos diretórios e das escolhas partidárias nas eleições estaduais.
Irritação
Além dos conselhos do Carluxo de que a filiação do PL de Costa Neto causa desgaste na base de apoio nas redes a Bolsonaro, uma nota, assinada pelo próprio Valdemar Costa Neto, motivou o adiamento da adesão. Ao divulgar que “caberá ao presidente do PL de Pernambuco, prefeito Anderson Ferreira, a condução dos trabalhos para a escolha dos nomes que constarão na chapa de candidatos majoritários e proporcionais das próximas eleições do Estado”, Bolsonaro se irritou e cancelou a filiação.
Sem porteira fechada
Embora haja movimentos do ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, no sentido de cobiçar o comando do PL em Pernambuco, o estopim está menos nisso do que no recado dado ali, que levou Bolsonaro a interpretar que ele não teria o partido de porteira fechada como gostaria. Ao reafirmar o comando local em Pernambuco para a definição política, a leitura é de que isso poderia vir a valer para outros diretórios regionais também.
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