Bolsonaro e Lula examinam soluções para conter alta dos preços dos combustíveis

Ex-presidente Lula e Jair Bolsonaro. (Divulgação)

Fundo não decola

Uma reunião entre ministros e Jair Bolsonaro deixou claro que o presidente não apoia a ideia do fundo de estabilização, defendida por ministros como Bento Albuquerque, das Minas e Energia, e Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional. A equipe econômica é contrária à ideia por entender que seria um mecanismo muito caro de impacto baixo. A reclamação de Bolsonaro tem motivação eleitoral: o governo venderia uma solução de ‘resolver’ a alta dos combustíveis, que não seria entregue, já que o fundo ajudaria a suavizar a alta e não reduzir preços.

Corte no diesel

Outra ideia em análise seria o corte, sem a compensação, no tributo sobre o diesel, por conta do impacto do combustível em serviços, comércio e alimentos e, consequentemente, na inflação. A economia trabalha com um custo de R$ 20 bilhões anuais para desonerar o diesel. Ainda assim, há quem avalie que, com previsão de alta do barril e do dólar, a redução poderia se perder entre novos reajustes da Petrobras, como aconteceu com a isenção temporária de PIS/Cofins para o diesel, no início de 2021.

Política de preços

Já Lula examina uma mudança na política de preços da Petrobras. Em entrevista à Rádio Liberal de Belém (PA), Lula foi explícito: “Minha preocupação não é com o acionista minoritário de Nova York, é com o povo brasileiro. O combustível brasileiro não pode ficar compatível com o preço internacional. Se não tivéssemos petróleo poderia, mas nós temos”, disse o petista. O resultado de suas declarações foi imediato. As ações da Petrobras e a Bolsa afundaram.

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Crítico da privatização

Lula também é crítico da proposta de privatização da Eletrobras. Disse que as tarifas vão ficar mais caras e que não teria feito o programa ‘Luz Para Todos’, que já beneficiou 16 milhões de pessoas, sem o apoio da estatal. Lula disse, ainda, ser favorável a ajustes no ICMS dos combustíveis, mas ratificou que esta não é a solução para baratear o preço da gasolina nas bombas.

Alkmin contraponto

Sobre Alckmin, Lula afirmou que seu vice deve ter perfil complementar ao dele. “O vice não será um cara igual a mim. Tem que ser o contraponto ao PT”, afirmou. O petista disse que não concretizou ainda a aliança porque o ex-tucano está sem partido. Para ele, o vice vai formular e executar políticas do governo. Lula fez acenos ao centro ao dizer que a revisão da reforma trabalhista não será “uma volta ao passado” e os empresários serão chamados a negociar.

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