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De vez em quando tem uma floresta que queima aqui e ali’, diz Guedes a empresários
O ministro da Economia, Paulo Guedes (Alan Santos/PR)
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26 de março de 2022
Com informações da Folha de S. Paulo
BRASÍLIA – O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou considerar que o Brasil é apenas um “pequeno transgressor” na preservação ambiental e que negociará, durante viagem que fará a partir deste sábado, 26, a Paris, uma remuneração a ser paga por outros países pela proteção dos recursos naturais.
“O Brasil não é o cara que polui o mundo. É um pequeno transgressor, um pequeno poluidor”, afirmou. “De vez em quando tem uma floresta que queima aqui e ali”, disse.
O ministro deu as declarações nessa sexta-feira, 25, durante palestra a empresários acompanhada pela Folha, na véspera de viagem para participar de reuniões da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
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O ministro calcula que o Brasil pode ficar com cerca de 20% (ou US$ 20 bilhões) do total de uma remuneração de US$ 100 bilhões a ser criada pelo mundo para premiar países que preservem o meio ambiente.
“Como a gente premia quem preservou? Estamos discutindo isso com eles [outros países]”, afirmou Guedes. “O Brasil tem um futuro verde”, disse.
O ministro avalia que é preciso recuperar a imagem do País no exterior na questão ambiental e que os recursos podem ser pagos também a países como Indonésia e Índia. Os três ocuparão a presidência temporária do G20 nos próximos anos, sendo a vez do Brasil em 2024.
O ministro tem sugerido que o trio formule um programa conjunto durante os anos de presidência, em vez de objetivos individuais, e somem esforços pela remuneração ambiental. “Nós temos que criar esse prêmio”, disse.
Segundo o ministro, o Brasil responde por 2% da poluição global, enquanto países como a China atingem um percentual de 30%. “Os Estados Unidos queimaram 96% das florestas [do país]”, disse.
O ministro ainda afirmou que ouviu de autoridades francesas preocupações com as queimadas da Amazônia enquanto eles próprios não teriam protegido a Catedral de Notre Dame, considerada um patrimônio da humanidade. “Imagine a minha dificuldade de cuidar de uma área maior que a Europa?”, questionou.
Guedes sugere que, no futuro, os créditos tributários concedidos na Zona Franca de Manaus sejam transformados em uma política ligada a créditos de carbono. “Vamos dar isenção de impostos baseada no crédito de carbono”, disse.
As declarações do ministro contrastam com a pressão exercida por outros países sobre os recordes de devastação sendo registrados no Brasil durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), que durante o mandato defendeu enfraquecer mecanismos de proteção ao meio ambiente.
Guedes ficará afastado do cargo de 26 de março a 1º de abril, contando o deslocamento. Em Paris, vai participar de reunião bilateral com o secretário-geral da OCDE, de encontros com diretores e representantes permanentes de países-membros da Organização, e de evento organizado pela Embaixada do Brasil em Paris com empresários franceses.
De lá, Guedes segue para a Espanha. Na capital Madri, ele vai participar de seminário em uma universidade, de encontros com autoridades governamentais em evento da Fundação Internacional para a Liberdade e de reuniões com a imprensa e empresários espanhóis.
Segundo o ministro, das centenas de compromissos que o Brasil ainda precisa cumprir para entrar na OCDE, faltam cerca de 70. Será possível entrar na Organização em cerca de dois anos, disse, enquanto outros países como a Argentina estão mais para trás no processo.
Questionado por um participante sobre a comunicação do governo neste ano de eleições, o ministro disse que está programando ir mais vezes ao exterior para falar sobre o Brasil para estrangeiros já que as reformas que ele busca já estão encaminhadas.
Guedes ainda se mostra otimista e disse esperar fazer ainda neste ano privatizações e concessões, como dos Correios, da Eletrobras, dos portos de Santos e Vitória e dos aeroportos de Congonhas e Galeão.
O ministro aproveitou para rebater as possíveis críticas do PT e do pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva de que o governo busca vender estatais e se desfazer do patrimônio público. “Vamos falar que vocês [PT] roubaram, aparelharam”, disse.
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