Campanha de Bolsonaro avalia ida a Londres como positiva, enquanto TSE vê erro no discurso

Os principais interlocutores do presidente consideram que todos os passos e ações do chefe de Estado estavam no pacote e fazem parte do contexto da polarização (Thiago Alencar/CENARIUM)

Internamente, em conversas mais do que reservadas, alguns ministros do Tribunal Superior Eleitoral demonstraram alguma contrariedade em relação ao discurso do presidente Jair Bolsonaro na embaixada brasileira em Londres. Devido ao caráter publicamente eleitoral, numa primeira análise, os magistrados ponderam que foi um erro ter se manifestado como Bolsonaro fez. Caso alguma representação contra o ato chegue ao TSE, será grande a chance de algum tipo de punição didática. Já dentro da campanha de Bolsonaro, ainda que existam críticas ao seu comportamento, tudo o que ele fez teria sido mensurado previamente.

Bolsonaristas comemoram

Os principais interlocutores do presidente consideram que todos os passos e ações do chefe de Estado estavam no pacote e fazem parte do contexto da polarização. E que todo momento que ele puder usar em seu favor vai usar, não só em relação a Londres, como a segunda etapa em Nova York, com a ida à ONU. Dizem que se quiserem “censurar” as imagens dele, em Londres, nos programas eleitorais, o efeito que a campanha queria já terá surtido. Lembram que este foi um acontecimento mundial, retratado por toda a imprensa nacional e internacional e Bolsonaro estava lá ao lado do rei Charles 3°, no velório da Rainha Elizabeth 2ª, e que é isso que importa.

PT e Meirelles

Nas hostes petistas, o apoio do ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (União), a Lula foi festejado como um gol em Copa do Mundo. O ato serviu para reforçar a imagem de frente ampla que Lula quer imprimir à campanha, principalmente neste momento em que busca o voto útil dos eleitores não petistas. Além disso, ajuda na estratégia de manter o controle da pauta nesta reta final. As ausências de ex-adversários, como José Serra, Roberto Freire e Heloisa Helena, foram sentidas. A participação de Cristovam Buarque, que virou desafeto, após ser demitido por Lula do Ministério da Educação, também foi comemorada.

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Piso analisado no Senado

O presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) está reunindo líderes dos partidos, no Senado, para tentar uma solução legislativa do impasse do piso dos enfermeiros. A norma foi sancionada por Jair Bolsonaro, mas está suspensa pelo STF. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é personagem indispensável nessa articulação, no Congresso, mas está fora do País. Entre as opções para acomodar o aumento de gasto com o piso dos enfermeiros, estão a desoneração da folha de salários para os empregadores, a correção da tabela do SUS e a compensação pela União do impacto nas contas de Estados e municípios.

Mortes de crianças indígenas

Ao menos nove crianças indígenas morreram por falta de atendimento de médicos, expulsos da reserva Yanomami pelos garimpeiros. As mortes, contabilizadas desde o final de julho, são de casos de graves desidratações provocadas por diarreias fulminantes ou de pneumonias que se agravam sem remédio. A denúncia é da Hutukara Associação Yanomami, principal entidade representativa da etnia. O colapso de um delicado sistema de saúde provocado pelo garimpo ilegal avança sobre o maior território indígena do País, formalmente protegido, e segue sem uma ação firme do governo federal.

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