‘Cinco anos de luta e busca por justiça’, diz Anielle Franco sobre mortes de Marielle e Anderson

A estátua de Marielle Franco e Anielle Franco (Divulgação)
Priscilla Peixoto – Da Revisa Cenarium

MANAUS – “Cinco anos de saudade, de luta, de busca por justiça sobre um crime político que ecoou mundo afora“, a declaração é da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, em homenagem à irmã Marielle Franco, assassinada, no dia 14 de março de 2018, ao ter o carro alvejado por 13 tiros no Centro do Rio de Janeiro. Cinco disparos atingiram a cabeça da então vereadora, que morreu no local com seu motorista Anderson Gomes, também vítima do atentado.

Nas redes sociais, Anielle destaca o comprometimento do governo para trazer respostas em relação ao crime que segue sem ser totalmente elucidado e que deixa no ar a pergunta: Quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes? “(…) Uma mulher negra, mãe, bissexual, defensora dos direitos humanos, que foi brutalmente assassinada com cinco tiros na cabeça saindo do seu exercício político. De 2018, nós agimos para acompanhar e cobrar as investigações. Em cinco anos, essa é a primeira vez que o governo está realmente comprometido com justiça pelo caso“, postou Anielle.

Além de salientar que o atual governo trabalha pela justiça, com o presidente, o Ministro da Justiça, os outros ministérios comprometidos com o caso, a ministra da Igualdade Racial lamenta a dor da perda e a disseminação de fake news sobre a figura da irmã. Para Anielle, o dia 14 de março deve ser adotado para reparação com a verdade e justiça.

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Trecho da homenagem de Anielle Franco para a irmã (Reprodução / Instragram)

“(…) Como irmã de Marielle, filha de Marinete, me dói muito ter que enfrentar ainda fake news e discurso de ódio contra minha irmã, me dói ter que falar sobre justiça depois de tanto tempo, mas continuaremos fazendo isso até conseguirmos solucionar este caso. É por ela, por minha família, mas também por todo o País. O dia de hoje é o dia que propusemos ser o Dia Nacional Marielle Franco de Enfrentamento à Violência Política de Gênero e Raça. Hoje é o dia de reforçar nosso compromisso de estado por memória, justiça, verdade e reparação. Sigo lutando por você, Mari, e por todo corpo negro que já tombou. Saber quem mandou matar Marielle é um dever da democracia“,

Sobre o caso

A vereadora do PSOL e o motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros na noite de 14 de março de 2018, após saírem de um compromisso de trabalho. O carro onde estavam Marielle e Anderson foi abordado em uma emboscada no centro do Rio de Janeiro. O ex-policial militar Ronnie Lessa foi apontado como o autor dos disparos e o também PM Élcio de Queiroz foi apontado como o condutor do veículo usado para emparelhar o carro de Marielle.

Carro de Marielle Franco alvejado (Constança Rezende/ Estadão Conteúdo)

Os dois foram presos em 2019 e viraram réus pelo homicídio, mas até o momento não há respostas para os mandantes do assassinato contra a vereadora e seu motorista. Após o episódio, houve ainda disseminação de fake news sobre relações que envolviam Marielle e traficantes.

A dupla ainda não foi julgada e deve passar por um júri popular com data ainda não definida pela justiça. Em fevereiro deste ano, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou a instauração de um inquérito na Polícia Federal (PF) com apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) para ampliar a participação federal nas investigações quanto ao crime.

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