Cobertura jornalística da CENARIUM sobre atos antidemocráticos é tema de debate na Abraji

A CEO da Revista Cenarium, Paula Litaiff, entre os jornalistas Ana Clara Costa, repórter da Revista Piauí, e Leandro Sakamoto, presidente da ONG Repórter Brasil e colunista no UOL (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)
Márcia Guimarães – Da Revista Cenarium

MANAUS – A cobertura jornalística da REVISTA CENARIUM sobre os grupos extremistas com motivações golpistas e atos antidemocráticos foi tema de debate neste sábado, dia 1°, no Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, realizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em São Paulo. A CEO da Rede Cenarium Amazônia, jornalista Paula Litaiff, compôs a mesa de discussão que tinha como tema o questionamento: “O 8 de Janeiro pegou a imprensa de surpresa?”.

O objetivo da mesa de debate era explanar para estudantes e profissionais da comunicação como os veículos realizaram a cobertura diante das invasões e ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília, no início deste ano, e dos atos antidemocráticos em frente aos quartéis. Litaiff citou que foi muito questionada sobre o que a Amazônia tinha a ver com os atos extremistas e a tentativa de golpe.

“A Rede Cenarium foi um dos primeiros veículos de comunicação, na Região Norte, a apontar a mobilização dos atos antidemocráticos nos Estados da Amazônia Legal, com o monitoramento de grupos de Telegram e WhatsApp e também nas reuniões físicas dos grupos que buscavam a intervenção militar após o segundo turno das eleições, em 30 de outubro de 2022”, disse a jornalista.

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Paula Litaiff durante discussão sobre a cobertura jornalística do dia 8 de Janeiro (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Em seguida, Paula explanou sobre o trabalho desenvolvido pela Rede Cenarium, um veículo de comunicação multiplataformas, com portal de notícias, revista impressa e digital mensal e conteúdo de TV Web. Entre as reportagens investigativas realizadas pelo grupo, a CEO destacou a cobertura das movimentações dos grupos extremistas com os acampamentos em quartéis. Para embasar os relatos, Paula citou as três edições da revista, outubro e novembro de 2022, e janeiro de 2023 que, respectivamente, abordaram o assunto.

A edição de outubro, com o título “Amazônia em Transe”, destacou a eleição de uma bancada amazônica formada por parlamentares com perfil de extrema-direita; em novembro, a edição “Surreais” abordou a dissonância cognitiva de membros dos grupos extremistas sobre o viés cognitivo que leva as pessoas a procurarem algum tipo de coerência em suas crenças e ideologias, embora a realidade as desminta com fatos; e a edição de janeiro, com o título “Terrorismo Brasil”, falou sobre as invasões aos Três Podres no dia 8 de Janeiro e a participação de grupos da Amazônia.

“Publicamos essa denúncia [sobre financiadores do acampamento diante do CMA] no dia 18 de dezembro e, após a reportagem, a redação foi visitada por agentes da Polícia Federal, sob o pretexto de obter documentos para aprofundar investigações, que na realidade nunca foram adiante”, destacou a jornalista, lembrando ainda que a repórter Ívina Garcia, que produziu a reportagem, foi vítima de perseguição.

Capas da Revista Cenarium apresentadas na mesa de discussão (Reprodução/Revista Cenarium)
Monitoramento

Ainda de acordo com Paula Litaiff, a Revista Cenarium acompanhou as articulações de grupos de WhatsApp formados por parlamentares eleitos na Amazônia, onde os integrantes passaram a descredibilizar o sistema eleitoral a partir do dia 2 de outubro, primeiro turno das eleições.

A CEO também destacou a vitória eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro, em seis dos nove Estados da Amazônia Legal, para falar do papel da região no fortalecimento dos movimentos extremistas que levaram aos ataques de 8 de Janeiro, e ressaltou o isolamento da região por parte da grande imprensa. “A Amazônia não é um outro Brasil, faz parte do País e isso precisa sair da teoria para a prática”, concluiu.

Participaram também do debate os jornalistas Isadora Teixeira, colunista do Metrópoles, que participou de forma remota, Ana Clara Costa, repórter da Revista Piauí, e Leandro Sakamoto, presidente da ONG Repórter Brasil e colunista no UOL, que também abordaram como foi a cobertura jornalísticas de seus veículos de comunicação e se estavam preparados para os ataques do dia 8 de Janeiro.

Fotojornalista da Revista Cenarium, Ricardo Oliveira compõe mesa de debate na Abraji (Ívina Garcia/Revista Cenarium)
Participações

Nesse sábado, a CENARIUM participou ainda de outras duas mesas de debate com o fotojornalista Ricardo Oliveira falando sobre os bastidores das reportagens na Amazônia em ebulição e Daleth Oliveira abordando o jornalismo investigativo a serviço das cidades.

Ricardo Oliveira esteve na mesa de debate ao lado do repórter Thalys Alcântara, do Metrópoles, com mediação da coordenadora de dados na InfoAmazônia e diretora da Abraji, Thays Lavor. A correspondente da Cenarium no Pará, Daleth Oliveira, dividiu a mesa com a fundadora do Marco Zero Conteúdo e professora da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Carolina Monteiro, do jornalista e criador do site Vocativo.com, Fred Santana, e do repórter do Matinal do Rio Grande do Sul Pedro Nakamura, com mediação do professor e jornalista Antônio Rocha Filho.

Correspondente da Revista Cenarium no Pará, Daleth Oliveira também participou de uma mesa de discussão (Eduardo Figueiredo/Revista Cenarium)
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Paula Litaiff

CEO da Revista Cenarium Amazônia, Paula Litaiff também é jornalista com especialização em Gestão Social: Políticas Públicas e Defesa de Direitos e mestranda em Sociedade e Cultura da Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). É também comentarista política do programa Boa Noite, Amazônia na Rede Onda Digital, vice-presidenta da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil no Amazonas (Ajeb-Am) e co-organizadora da obra “Gênero, Trabalho e Lutas na Amazônia”. O seu trabalho jornalístico contribuiu para a produção do documentário Killer Ratings da Netflix, que aborda o crime organizado na Amazônia.

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