Congresso: comissões criadas para acompanhar caso de Dom Phillips e Bruno Araújo iniciam trabalhos na segunda-feira

Fachada do Congresso Nacional, a sede das duas Casas do Poder Legislativo brasileiro. (Pedro França/ Agência Senado)
Marcela Leiros — Da Revista Cenarium

BRASÍLIA — As comissões externas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, criadas para acompanhar, fiscalizar e propor providências sobre o desaparecimento e morte do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, no Amazonas, iniciam os trabalhos na segunda-feira, 20.

Na Câmara, a criação da comissão foi aprovada na quarta-feira, 15, na mesma data em que os corpos do indigenista e do jornalista foram encontrados no Vale do Javari. O coordenador da comissão é o deputado federal José Ricardo (PT-AM) que falou à REVISTA CENARIUM sobre os planos para iniciar os trabalhos na próxima semana.

“Nós pretendemos, na segunda-feira, tentar fazer já uma primeira reunião, que seria de instalação e, se possível, já ver um plano de trabalho. Se não for na segunda, no máximo terça-feira. Mas a gente quer ver agilidade porque o tempo é curto”, explicou o deputado, falando ainda sobre futuros resultados da comissão.

PUBLICIDADE

Leia também: ‘Caso Dom e Bruno’: ‘Tem que ter decisão política de priorizar a região’, dizem especialistas sobre segurança na Amazônia

“Provavelmente terão diligências para Atalaia do Norte, para ouvir os órgãos públicos e segmentos da sociedade. Pode ter vários encaminhamentos e denúncias também. É mais uma contribuição do parlamento em relação a nossa realidade amazônica, a violência que está acontecendo principalmente em relação aos povos indígenas e ribeirinhos”, destacou ele.

O deputado José Ricardo (PT). (Divulgação)

A proposta de criação foi apresentada pela deputada indígena Joenia Wapichana (Rede-RR) e outros 12 parlamentares que integram a comissão: Alencar Santana (PTS-P); Nilto Tatto (PT-SP); Vivi Reis (PSOL-PA); Túlio Gadêlha (Rede-PE); Camilo Capiberibe (PSB-AP); Bira do Pindaré (PSB-MA); Airton Faleiro (PT-PA); Patrus Ananias (PT-MG); Reginaldo Lopes (PT-MG); José Ricardo (PT-AM); Talíria Petrone (PSOL-RJ) e Alessandro Molon (PSB-RJ).

Senado

No Senado, a criação de Comissão Externa Temporária foi proposta pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e aprovada ainda na segunda-feira, 13. A reportagem tentou contato com o parlamentar, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. No site da Casa Legislativa, a informação que consta é que a comissão pode se reunir na segunda-feira, 20, e a “intenção é de que sejam escolhidos o presidente, vice-presidente e o relator da comissão”. Também há previsão de definição do plano de trabalho.

Leia também: Conselho Nacional do Ministério Público vai acompanhar investigação sobre ‘caso Dom e Bruno’, no Amazonas

Caso Dom Phillips e Bruno Araújo: a criação da comissão foi requerida pelo senador Randolfe Rodrigues. (Jefferson Rudy/ Agência Senado)

A comissão atuará durante 60 dias e será composta por nove membros titulares, sendo três da Comissão de Meio Ambiente, três da Comissão de Constituição e Justiça e três da Comissão de Direitos Humanos do Senado.

Além do desaparecimento e morte do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, a comissão vai investigar, in loco, as causas do aumento da criminalidade e de atentados contra povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos e jornalistas na Região Norte e em outros Estados, e a falta de ações efetivas para a proteção da Amazônia.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.