COP28: CAF anuncia investimento de US$ 2 bilhões na Amazônia até 2030

"Painel Somos Amazônia, somos solução, na COP 28, no qual o CAF anunciou oficialmente o investimento de 2 bilhões de dólares na Amazônia" (Divulgação)
João Cunha – Especial para Revista Cenarium Amazônia

DUBAI (EAU) – Durante painel da COP28 na última quarta-feira, 6, o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe) fez o lançamento oficial de um plano de investimento na Amazônia no valor de US$ 2 bilhões até 2030. O recurso financeiro vai ser direcionado a três áreas transversais e estratégicas: ciência para inovação, conhecimento e pesquisa; apoio para financiamento institucional na criação de políticas públicas; e sistemas de inovação e coordenação regional.

“Investiremos um montante de US$ 2 bilhões até 2030 para posicionar o CAF como um parceiro estratégico para a região, sua biodiversidade e seu povo”, afirmou Alicia Montalvo, gerente de Ação Climática e Biodiversidade Positiva do Banco de Desenvolvimento da América Latina. “Esperamos ajudar a mobilizar pelo menos US$ 15 bilhões até 2026 e US$ 30 bilhões de dólares até 2030 na aliança com a Coalizão Verde de Bancos de Desenvolvimento para a Amazônia”, anunciou o CAF.

Criada em agosto desse ano, na Cúpula da Amazônia em Belém do Pará, a Coalizão Verde é uma aliança entre 17 bancos públicos de fomento dos Países da bacia amazônica. Na última sexta-feira, 1, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assumiu a presidência do Comitê Diretor da coalizão.

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“Painel Somos Amazônia, somos solução, na COP 28 (Divulgação)

No Brasil, o destino dos recursos anunciados pelo CAF vai ser definido junto ao Governo Federal, com a liderança do BNDES e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). A partir desse investimento, organizações socioambientais e outros agentes do terceiro setor também serão chamados a construir parcerias para a implementação de medidas para a proteção da natureza e melhoria da qualidade de vida na região amazônica.

“Temos que repensar os fluxos financeiros que vão fazer com que tenhamos ecossistemas e pessoas bem-atendidas, porque sem as pessoas da Amazônia não teremos êxito nos nossos objetivos de desenvolvimento sustentável da região”, considera Fernanda Naber, representante do BNDES no painel.

Naber destaca a relevância de investir no fortalecimento de projetos com povos originários e tradicionais amazônicos. “Na Amazônia brasileira, cerca de 20% do território é composto por Terras Indígenas e somente 2% do desmatamento no bioma acontece nessas áreas. Então, se queremos que não haja desmatamento, temos de apoiar os povos tradicionais”.

Entre as metas para a Amazônia apresentadas no plano do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe está o aumento em 15% nos territórios sob proteção ou uso sustentável, 5 cadeias de bioeconomia financiadas e gerando empregos adequados e inclusivos, 5 projetos de infraestrutura verde financiados por país e ao menos 5 grandes cidades amazônicas por país com sistemas novos e sustentáveis de água potável até 2030.

“O lançamento desse programa de soluções para o bioma amazônico representa um enorme esforço dos organismos financeiros da América Latina e indica uma visão abrangente, que incluí conservação, formação, infraestrutura e apoio a governança ambiental”, avalia Karina Pinasco, coordenadora da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável na Amazônia (SDSN Amazônia), iniciativa da ONU liderada pela Fundação Amazônia Sustentável.

“Para a FAS e a SDSN é mais uma perspectiva muito relevante que se abre para aprofundarmos nossas ações socioambientais que já estão em curso para uma Amazônia viva, com e para todas as pessoas”.

Ponto-chave

Quem vai investir em soluções para superação da crise climática? Como fazer a conta ser repartida de forma justa, responsabilizando os países e empresas que mais poluem? Como criar mecanismos de financiamentos eficientes, que cheguem em um tempo de resposta adequado frente ao ritmo acelerado de mudanças no clima?

Essas são questões essenciais na COP28 e que são colocadas desde o primeiro dia, quando foi aprovado o Fundo de Perdas e Dano, que vai destinar apoio financeiro aos países mais pobres e afetados pelos efeitos das alterações no clima no planeta. Confira mais sobre o tema no Guia Caminhos da Amazônia para a COP28, uma parceria entre Rede Cenarium Amazônia e FAS.

Leia mais: Na COP28, governo federal lança plano de desenvolvimento sustentável; entenda eixos
Editado por Jefferson Ramos
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