Deputado bolsonarista é denunciado por violência política de gênero após chamar parlamentar de ‘louca’

À esquerda deputado federal Reinhold Stephanes e à direita deputada federal Dandara Tonantzin (Reprodução/Internet)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – O deputado federal Reinhold Stephanes (PSD/RR) foi denunciado pela Secretaria da Mulher, da Câmara dos Deputados, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo Ministério Público Federal (MPF), após chamar a deputada federal Dandara Tonantzin (PT/MG) de “louca“, durante sessão no Plenário da Casa. A discussão aconteceu na última quarta-feira, 3, durante debate a respeito da operação da Polícia Federal (PF) que teve como alvo Jair Bolsonaro e outras 15 pessoas ligadas ao ex-presidente.

Em certo momento da discussão, que começou após levantarem a pauta da operação, a deputada fala “adulterando o sistema SUS”, em tom de questionamento a outro colega parlamentar. O deputado Reinhold, que estava próximo, entra na discussão e fala: “Ele não adulterou, ele não fez isso, você que é louca”.

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Veja vídeo:

No documento protocolado pela Secretaria da Mulher, a deputada alega que sofreu violência política de gênero, pois se trata de um ataque contra uma parlamentar mulher, jovem e negra, tentando descredibilizá-la. “É um comportamento lamentável, gravoso e reprovável“, escreve.

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É dever cívico de todos os cidadãos e cidadãs do País respeitar as leis e se conduzir nas suas relações interpessoais e sociais com dignidade e respeito. No caso do parlamentar, eleito pela comunidade para representá-la, tal comportamento é muito mais que um dever, é um mister, posto que o mesmo encarna a própria soberania popular“, relata.

Nas redes sociais, a parlamentar lamentou o episódio e disse: “Temos que denunciar para encorajar mais mulheres, quando vítimas da violência política, a não se calarem. O ataque contra nós, deputadas, democraticamente eleitas, é também um ataque contra a democracia“, afirma. “Não podemos naturalizar atos como esse que nos discriminam pela nossa condição de mulher! Como encaminhamento, nossa denúncia foi enviada ao TSE e ao Ministério Público Federal“, completou.

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