‘Descabida’: Flávio Dino nega ligação de operação da PF com entrevista de Lula

Segundo o ministro, as investigações começaram há 45 dias (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA – O ministro da Justiça e Segurança Publica, Flávio Dino, disse nesta quarta-feira, 22, em São Paulo, que a Operação Sequaz, da Polícia Federal (PF), não tem qualquer ligação com a entrevista dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao portal Brasil 247, nessa terça-feira, 21. Na conversa, Lula disse que, quando estava preso em Curitiba, queria se vingar do então juiz Sergio Moro, que comandava a Operação Lava Jato e o condenou à prisão.

Nesta quarta-feira, a PF desarticulou uma organização criminosa que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, entre eles, Moro, atualmente, senador pelo União Brasil-PR.

“É vil, é leviana, é descabida qualquer vinculação desses eventos [a operação] com a política brasileira. Fico, realmente, espantado com o nível de mau-caratismo de quem tenta politizar uma investigação séria. Investigação essa que é tão séria que foi feita em defesa da vida e da integridade de um senador de oposição ao nosso governo”, disse Flávio Dino.

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Segundo o ministro, as investigações começaram há 45 dias, após ter sido avisado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de que criminosos estariam planejando atentados violentos contra autoridades. De posse dessa informação, Dino determinou que a Polícia Federal procedesse com as investigações, que identificaram como alvos Moro e o promotor Lincoln Gakiya.

De acordo com as investigações, Moro poderia ser alvo de extorsão mediante sequestro ou homicídio. Segundo o ministro, seria uma retaliação dos criminosos à ação de Moro enquanto ministro da Justiça.

“Ao longo do trabalho da PF, houve a identificação de que esses indícios eram consistentes. Esses elementos de prova conduziram a PF a avançar na investigação e chegar à conclusão de que, efetivamente, havia planejamento em curso para a execução de ações violentas, tendo vários alvos: o promotor do Estado de São Paulo, doutor Lincoln; autoridades do sistema penitenciário de vários Estados; integrantes das polícias de vários Estados e também o, hoje, senador Sergio Moro”, detalhou o ministro.

Redes sociais

Ele acrescentou que a politização ocorre nas redes sociais.“Estamos vendo, em redes sociais, narrativas escandalosamente falsas, falando que haveria uma relação entre a entrevista de Lula com esses planejamentos. Isso é um disparate. Isso é uma violência”, afirmou Dino. “Dei, darei e reitero todas as declarações críticas em relação à atuação do então juiz Sergio Moro. Ocorre que essas declarações críticas a Sergio Moro não impedem, e não impedirão, a PF de proteger uma pessoa que é crítica ao nosso governo. Quem, neste momento, faz politização indevida está ajudando a quadrilha”.

O ministro pediu seriedade no debate político, no Brasil, e disse que “não se pode pegar, isoladamente, uma declaração de ontem e vincular a uma investigação que tem meses. Não temos nenhum aparelhamento político de Estado, nem a favor, nem contra ninguém”. Ele informou aos jornalistas que a operação foi deflagrada, hoje, por decisão da própria PF.

Flávio Dino participa, nesta quarta-feira, de reunião organizada pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), na qual pretende falar sobre as ações em curso no Ministério da Justiça.

(*) Com informações da Agência Brasil
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