Dia da Visibilidade Intersexo: Saiba mais sobre a pauta pouco abordada no País

Mesmo não sendo questão de identidade de gênero ou orientação sexual, pessoas intersexos integram a pluralidade e a diversidade representada pela letra I na sigla LGBTQIAP+ (Reprodução/Internet)
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), até junho de 2020, a intersexualidade integrava, em média, 1,7% dos recém-nascidos no mundo. Neste 26 de outubro, essa parcela da população celebra o ‘Dia da Visibilidade Intersexo’ – pessoa que nasceu, fisicamente, entre (inter) o sexo masculino e o feminino, tendo parcial ou completamente desenvolvidos ambos os órgãos sexuais, ou um predominando sobre o outro.

A data formulada pela ONU Livres & Iguais, Associação Brasileira de Intersexos e a Associação Brasileira Profissional pela Saúde Integral de Travestis, tem o intuito de promover conhecimento e conscientização quanto à pauta. Para celebrar a data, a REVISTA CENARIUM destaca alguns pontos relevantes, em relação ao assunto, baseados em informações da Associação Brasileira de Intersexos (Abrai).

A associação trabalha em ações focadas na conscientização sobre as variações sexuais e as questões intersexos, defendendo políticas públicas de inclusão deste grupo populacional no Brasil e promovendo campanhas de solidariedade para apoiar pessoas intersexo vulneráveis no País.

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De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), até 2020, intersexualidade integrava, em média, 1,7% dos recém-nascidos no mundo (Reprodução/Shutterstock)

Definição

“Intersexual é a pessoa que nasceu fisicamente entre (inter) o sexo masculino e o feminino, tendo parcial ou completamente desenvolvidos ambos os órgãos sexuais, ou um predominando sobre o outro. (…) Os sujeitos intersexuais, que não são poucos, são os mais invisíveis de todas as categorias sexuais. Provavelmente porque é a que mais desafia o binarismo sexual”.

(Do livro Intersexo, p. 39 e 47, ed. RT, 2018)
  • Intersexualidade não é doença, mas uma condição biológica;
  • Características não se encaixam nas definições típicas do masculino ou feminino;
  • Essas características podem ser tanto externas quanto internas (fenotípicas- conjunto de características observáveis de um organismo – biológicas; anatômicas ou cromossômicas);
  • Atualmente, são identificadas mais de 54 variações da intersexualidade;
  • No Brasil, a estimativa é que mais de 167 mil pessoas sejam intersexuais, segundo a ONU;
  • Os casos de intersexualidade mais comuns são: Hipospadia, Criptorquidia, Clitomegalia, Micropenis,  Síndrome de Klinefelter, Hiperplasia Adrenal Congênita e Síndrome de Turner“;
Atualmente, é identificada mais de 54 variações da intersexualidade (Reprodução/Internet)
  • Mesmo não sendo questão de identidade de gênero ou orientação sexual, pessoas intersexo integram a pluralidade e diversidade representada pela letra I na sigla LGBTQIAP+;
  • Uma pessoa intersexo pode ser assexual, heterossexual, homossexual, bissexual, pansexual, como qualquer pessoa típica (macho e fêmea);
  • Designar um gênero a uma pessoa, ao seu nascimento, não garante que ela se reconhecerá com esse gênero ao longo da sua vida, e pessoas que nasceram com traços intersexo que tenham sido socializadas com qualquer gênero também podem ser pessoas transexuais, travestis ou com demais variabilidades de gênero;
  • Muitas pessoas intersexo submetidas a intervenções cirúrgicas na infância sentem que foram forçadas a adotar um gênero que não as contempla, ocasionando graves traumas quando adultos;
  • A intersexualidade é um termo “coringa” que abrange diversas condições. Somente uma pequena fração se enquadra no que, antigamente, nomeava-se “hermafroditismo”, ou “pseudo-hermafroditismo”. Ainda assim, o termo deve ser evitado, por ser estigmatizador e incorreto. Em resumo, é possível a pessoa ter vagina e pênis, mas não apresentar os dois sistemas completos, tendo testículo, ovário ou ‘ovotestis’, sendo só um órgão capaz de produzir gametas- células reprodutivas responsáveis pela formação de uma nova vida e continuidade das espécies animais.

Para saber mais sobre a assunto e ajudar na promoção dos direitos humanos das pessoas intersexos no Brasil acesso o site da Abrai.

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