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Doleiro é preso pela PF no AM por movimentar US$ 114 milhões ilegalmente
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12 de dezembro de 2023
Da Revista Cenarium Amazônia*
MANAUS (AM) – Nesta terça-feira, 12, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Papel Carbono, que investiga um suposto doleiro responsável esquema de operações de câmbio ilegal. O homem, que não teve a identidade revelada, foi preso preventivamente. Esta é a segunda vez que ele responde pelo mesmo crime.
Estas operações, conhecidas como “câmbio paralelo” (troca de moeda estrangeira sem a devida documentação ou recolhimento de impostos) e “dólar-cabo” (transferência de dinheiro para o exterior sem o conhecimento do Banco Central), movimentaram ilegalmente a quantia estimada de US$ 114 milhões de dólares, o equivalente a R$565 milhões, pela cotação atual.
Segundo o delegado da PF, João Marcello Uchôa, o investigado já foi alvo em outra operação pelos mesmos crimes.
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“Esse doleiro já foi alvo de investigações no passado, especialmente há 20 anos, na Operação Farol da Colina, que também apurava um esquema de evasão de divisas a nível nacional. Vinte anos depois, o modus operandi aparentemente permanece o mesmo na atuação desse doleiro no Amazonas”, afirmou o delegado.
Farol da Colina
A Operação Farol da Colina foi realizada em 2004 e teve como alvo doleiros e pessoas ligadas a eles em sete estados brasileiros, por crimes como evasão de divisas, sonegação, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
O então juiz federal Sergio Moro era o responsável pelo caso e decretou a prisão de 103 pessoas envolvidas com o esquema que movimentou US$ 24 bilhões.
Operação
Foram mobilizados 30 policiais federais para o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva em Manaus (AM) e São Paulo (SP). Quatro mandados foram cumpridos em Manaus, três em casas de câmbio supostamente envolvidas no esquema, e um na casa do principal investigado.
Um total de R$ 428 milhões em bens do investigado foram bloqueados por ordens judiciais e incluem a suspensão das operações da empresa envolvida e de outras 38 correspondentes cambiais.
Início das investigações
As investigações tiveram início após uma abordagem realizada por policiais federais em novembro de 2019, no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus. De acordo com a PF, o investigado tentou ocultar a quantia de R$ 150 mil em espécie em uma mala. O dinheiro estava encoberto por revistas e papéis-carbono, possivelmente como forma de esconder o conteúdo quando submetido à inspeção por raio-x.
Durante a investigação, foi constatado que o homem realizava operações de “câmbio paralelo” e “dólar-cabo”, trocando moeda estrangeira fora dos canais oficiais e sem a documentação necessária ou o recolhimento dos impostos devidos.
Outro método utilizado era a realização de operações de câmbio simuladas, em que a entrega de moeda estrangeira era registrada em nome de pessoas falecidas ou de indivíduos que não residiam nas áreas de atuação das casas de câmbio ou suas correspondentes, a fim de ocultar a verdadeira origem e o real destino dos valores transacionados.
Os envolvidos poderão ser responsabilizados pelos crimes de gestão fraudulenta, falsa identidade para realização de operação de câmbio, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A soma das penas para os crimes identificados pode alcançar até 32 anos de reclusão.
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