Editorial: ‘Liberdade de ser quem se é’, por Márcia Guimarães

Personagens da edição de março da Revista Cenarium; da esquerda para a direita: Rayza Ramos, Karen Bianca, Ana Vitória e Jesua Maia (Ricardo Oliveira/Cenarium)

Márcia Guimarães, da Revista Cenarium

As mulheres vivem aprisionadas a padrões estéticos ao longo dos tempos. Ou se enquadram ou viram párias da beleza. Desde a antiguidade, tentamos moldar nossos corpos a um ideal quase sempre inalcançável. Ser magra, ter músculos torneados, seios grandes, um bumbum que tenta “alcançar a nuca” e barriga chapada. Esta é a moda do século XXI. Mas, já fomos das formas arredondadas ao esquelético esquálido, passando pelas cinturas fininhas apertadas por asfixiantes corsets. E, na corrida para se encaixar, é difícil não enlouquecer ou adoecer. A busca por essa tal beleza é, muitas vezes, uma prisão. Por que, então, não nos libertarmos?


No Egito antigo, as mulheres deveriam ter cabelos longos, rosto simétrico e um corpo magro e alto, com cintura e ombros estreitos. Na Renascença italiana, lindo era um corpo arredondado, com quadris largos e seios grandes. Na era vitoriana, corsets apertados afinavam a cintura até o limite da respiração. No início do século XX, o objeto de desejo eram os corpos andróginos, sem curvas, com seios pequenos e cabelo curto. Entre 1930 e 1950, o corpo curvilíneo e a cintura fininha eram o sexy symbol, estilo Marilyn Monroe. Nos anos 1990, a mulher extremamente magra e quase andrógina. Em 2022, o padrão “gostosona sarada”, com seios e bumbum grande e a barriga chapada.

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Em todos os tempos, as mulheres se torturam, se mutilam e enlouquecem tentando alcançar o que, para a maioria, é inalcançável. E as que alcançam, em geral, têm uma vida aprisionada em privações. Pensando nisso, neste mês de março, no qual celebramos as mulheres, a REVISTA CENARIUM traz uma ideia que ganha cada vez mais força: a de que a beleza não se conjuga no singular.


As belezas são muitas. Não precisam se aprisionar em padrões preestabelecidos. Na reportagem de capa, evoluções no mercado da beleza feminina, análises de especialistas sobre os impactos da ditadura do “padrão perfeito” e mulheres de todos os corpos falando sobre os desafios de estar em seus próprios manequins e como superam as pressões para serem felizes se sentindo bonitas consigo mesmas. Na imagem da capa, mulheres reais e lindas, cada uma com o seu corpo.


Nada melhor que a liberdade de ser quem se é.

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