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Em Brasília, indígenas se mobilizam para decidir futuro das demarcações de terras no Brasil
Mobilização nacional iniciou nesse domingo, 22, em Brasília (Kamikiakisedje/Instagram)
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23 de agosto de 2021
Marcela Leiros – Da Cenarium
MANAUS – Delegações indígenas de diversas partes do País começaram a se reunir desde o domingo, 22, em Brasília, no acampamento da mobilização nacional indígena “Luta pela vida – Nossa história não começa em 1988!” para reivindicar direitos e promover atos contra a “agenda anti-indígena” do Congresso e do governo federal. O acampamento na Praça da Cidadania ao lado do estacionamento do Teatro Nacional Cláudio Santoro, no Setor Cultural Teatral Norte – Asa Norte encerra no dia 28 de agosto.
O movimento é organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e terá sete dias de programação com plenárias, agendas políticas em órgãos do governo federal e embaixadas, marchas e manifestações públicas.
A principal pauta da mobilização é a reintegração de posse movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, referente à Terra Indígena (TI) Ibirama-Laklãnõ, onde também vivem os povos Guarani e Kaingang. O Recurso Extraordinário, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), será votado para estipular ou não a existência do marco temporal. Se determinado, só teriam direito à demarcação das terras os indígenas que estivessem sob sua posse no dia 5 de outubro de 1988.
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De acordo com a coordenadora-executiva da Apib, Sônia Guajajara, o julgamento no STF vai orientar o futuro da demarcação de terras indígenas no País, pois vai servir de orientação para todas as futuras demarcações. “E aí nos estamos aqui para sensibilizar os ministros do STF, como também chamar a sociedade, o apoio da sociedade nacional e internacional para ta [SIC] junto com a gente nessa pressão por um resultado favorável”, pontuou em depoimento nas redes sociais.
Agenda anti-indígena
A mobilização iniciou na noite de domingo com a acolhida das delegações e também se posiciona contra o Projeto de Lei (PL) 490, o “PL da Grilagem” e o PL 191 – ambos tramitando no Congresso – que poderá autorizar mineração nos nossos territórios indígenas.
Até o momento já há 4 mil indígenas, de mais de 120 povos reunidos na capital do País. Entre os povos que se reúnem estão representantes do povo Xavante, Guajajara, Krenak, Xucuru, Guarani kaiowá, Juruna, Tupiniquim, Kariri, Terena, entre outros.
A programação completa da mobilização pode ser conferida aqui.
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