Em garimpo no Pará, bingo terá como prêmios 50 gramas de ouro e ‘uma mulher’

Premiação de ouro é equivalente a R$ 14,4 mil e evento foi divulgado em grupos de Whatsapp de apoiadores do garimpo (Reprodução/Internet)
Com informações do Infoglobo

PARÁ – Um anúncio de um bingo para garimpeiros, que vem circulando em grupos de Whatsapp, explicita o fácil acesso ao ouro no meio da Amazônia. Batizado como ‘Bingo da Nayara’, e organizado no ‘Cabaré do Taituba’, no próximo sábado, 28, o evento, cujo cartaz foi noticiado pelo G1, dará 50 gramas de ouro como premiação principal, além de relógio masculino e, até, “uma mulher”. Nos últimos meses, houve um aumento de denúncias de associações indígenas e ações do Ministério Público Federal associando a presença de garimpo ilegal a aumento de conflitos e violência sexual em territórios indígenas.

Flyer virtual do "Bingo da Nayara" — Foto: Reprodução
Imagem de divulgação do bingo (Divulgação)

O anúncio flagrado pelo G1 foi divulgado no grupo ‘Amigos do Rio Uraricoera’, em alusão ao rio usado pelos garimpeiros no trajeto ao interior da Terra Yanomami. A foto de perfil do grupo é a logomarca ‘Movimento Garimpo é Legal’, que defende a legalização e regulamentação do garimpo, com atuação, principalmente, em Roraima e Pará. O local do evento, Cabaré do Taituba, sugere a possibilidade de o bingo ser realizado na cidade de Itaituba (PA), considerada a capital do ouro ilegal, no País, devido ao excesso de atividades garimpeiras. E o artista convidado da festa é Jailson Santarém, outra cidade paraense. Procurado, Jailson não respondeu ao Globo.

No flyer virtual, há a descrição de vários prêmios oferecidos no bingo. A cartela cheia paga 50 gramas de ouro, o que vale cerca de R$ 14,4 mil, enquanto a quina é premiada com ‘uma mulher’, e a quadra significa um relógio masculino como prêmio. Boates e prostituição são atividades bastante presentes em territórios cercados pelo garimpo, conforme já mostraram operações da Polícia Federal, e o relatório “Yanomami sob Ataque”, realizado pela Hutukara Associação Yanomami. Dentro das terras indígenas, garimpeiros costumam, inclusive, subornar mulheres ou seus familiares com ouro, dinheiro, e, até, comida, denunciou a associação.

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