Empresário suspeito de sobrepreço de oxigênio aos Yanomami se entrega à PF

Operação foi deflagrada na última quarta-feira, 6 (Foto: Divulgação/PF)
Winicyus Gonçalves  – Da Revista Cenarium Amazônia

BOA VISTA (RR) – O empresário Roger Pimentel se entregou à Superintendência da Polícia Federal (PF) em Roraima nesse domingo, 10. Ele estava foragido da Justiça desde a última quarta-feira, 6, após ser um dos alvos de operação que investiga possível superfaturamento de oxigênio e insumos hospitalares que seriam destinados a indígenas Yanomami em Roraima.

Pimentel chegou a Boa Vista em um voo durante a madrugada e se apresentou à PF acompanhado de uma advogada.

O empresário está detido no Comando de Policiamento da Capital (CPC) da Polícia Militar de Roraima (PMRR) e, conforme informações apuradas pela REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA, ele prestou depoimento, mas não respondeu às perguntas e ficou em silêncio. Em audiência de custódia, a Justiça manteve a prisão preventiva do empresário por tempo indeterminado.

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A CENARIUM apurou ainda que ele chegou a solicitar um médico para atendê-lo no local, mas o pedido foi negado pelo Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR). Pimentel chegou a Roraima com aparelho celular e chips novos.

Antes de se entregar à PF, o empresário se encontrou em Brasília com a secretária de Saúde de Roraima, Cecília Lorenzon, e o marido dela, Wilson Fernando Basso, que também foi alvo da Operação Hipóxia, deflagrada na última quarta-feira, 6.

Roger Pimentel permanece preso em Boa Vista (Foto: Reprodução/Instagram)

Operação Hipóxia

Contra o empresário, havia um mandado de prisão preventiva, no âmbito da operação, que cumpriu outros dez mandados de busca e apreensão. Um deles contra Wilson Fernando Basso. Conforme a Controladoria-Geral da União (CGU), a ação ocorreu para combater irregularidades na aquisição de serviços de recarga de oxigênio pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Yanomami).

As investigações começaram após denúncia no Ministério Público Federal (MPF) de possível fraude em pregão eletrônico realizado em 2022. O objeto era a contratação de recarga de oxigênio.

Desse modo, a partir do pedido do MPF, a CGU realizou análise da licitação e constatou, dentre outras irregularidades, desqualificação indevida de licitante, ausência de separação de funções e superfaturamento devido à entrega em quantidade menor do produto. Como resultado das investigações, os auditores apuraram prejuízo de R$ 964.544,77, correspondendo a 89,89% do valor pago.

Leia mais: Operação Hipóxia cumpriu mandado contra marido de secretária de Saúde de Roraima
Editado por Jefferson Ramos
Revisão por Gustavo Gilona
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