Fala de Bolsonaro em discurso pós-eleições teve o objetivo de se colocar como líder da direita

O presidente Jair Bolsonaro pouco antes do pronunciamento no Alvorada (Wilton Junior/Estadão)
Com informações do Estadão

BRASÍLIA – Auxiliares e ministros de Jair Bolsonaro afirmam que o breve discurso do presidente nesta terça-feira, 1° de novembro, teve como objetivo marcar o reconhecimento da direita no País e consolidá-lo, apesar da derrota, como “verdadeiro líder da direita mundial”. O presidente citou a eleição de parlamentares conservadores e fez uma manifestação de apoio a manifestantes que se dizem indignados com o resultado do pleito.

Segundo um colaborador de Bolsonaro, mesmo tendo aparecido sorridente no Palácio da Alvorada, ele segue com sentimento de injustiça. Um ex-ministro relatou que Bolsonaro demorou para se pronunciar, por causa do abatimento da derrota, e que ainda se recusa a citar o vitorioso, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Você sabe o que é perder uma eleição? É uma coisa terrível. Eu que perdi a eleição fiquei mais de uma semana deprimido, imagine ele sendo presidente. Era o day after”, afirmou esse ex-titular de um ministério na Esplanada.

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Bolsonaro reuniu todo o primeiro escalão de seu governo, com algumas exceções, como o titular das Comunicações, Fabio Faria, e os comandantes do Exército, Marco Antonio Freire Gomes, da Marinha, Almir Garnier Santos, e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior. A convocação era uma demonstração de força.

Um ex-ministro da Região Nordeste afirmou que Bolsonaro falou “sem arrodeios”, de forma objetiva. Ele disse que o discurso já estava construído pelo presidente e seus assessores mais próximos, depois das contribuições e sugestões de ministros na segunda-feira, 31. O presidente ficou reunido com colaboradores por cerca de duas horas, antes de falar apenas dois minutos.

A expectativa era de uma manifestação concisa. Segundo seus aliados presentes na discussão do texto, prévia ao pronunciamento, Bolsonaro só aceitou citar que os protestos não devem impedir o direito de ir e vir, por causa do impacto no desabastecimento de comida e de medicamentos. Há uma série de relatos de cargas de mantimentos e material hospitalar retidas nas estradas por extremistas que se recusam a aceitar a derrota e pedem a intervenção militar. Ao falar sobre o tema, Bolsonaro reconheceu o direito de manifestação e aproveitou para politizar o tema, para opor a postura de seus apoiadores a atos da esquerda.

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