‘Falsas amizades mataram MC Kevin’, diz viúva do cantor

Advogada Deolane Bezerra afirmou no velório do funkeiro que marido desceu do quarto do hotel para pagar a conta de 'gente sanguessuga' antes de morrer (Edilson Dantas/Agência O Globo)

Com informações do O Globo

SÃO PAULO — A viúva do cantor MC Kevin, a advogada Deolane Bezerra, afirmou que “falsas amizades” e “gente sanguessuga” levaram à morte de seu marido. A declaração foi feita no velório do artista, na quadra da escola de samba Unidos de Vila, zona Norte de São Paulo, na manhã desta terça-feira.

Kevin morreu na noite deste domingo, após cair do quinto andar de um hotel na Barra da Tijuca, na zona Oeste do Rio. Ele foi enterrado no Parque dos Pinheiros, numa cerimônia que atraiu uma multidão de amigos, familiares e fãs.

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Kevin morreu na noite deste domingo, após cair do quinto andar de um hotel na Barra da Tijuca, na zona Oeste do Rio. Ele foi enterrado no Parque dos Pinheiros, numa cerimônia que atraiu uma multidão de amigos, familiares e fãs.

Ela criticou as amizades de Kevin, afirmou que “homem casado não anda com homem solteiro” e que o casal havia brigado antes do acidente, mas não especificou o motivo do desentendimento.

“Então vocês, jovens, bebida, é bom, é da hora, eu também bebo, mas eu cansei de falar para o Kevin: tudo tem consequência na vida. E aqui é uma consequência. Não foi nada demais, eu estava dormindo, esperando meu marido chegar. Eu tinha brigado com ele antes de dormir, brigado normal, (se) entendido, porque os amigos dele estavam sugando ele mais uma vez”, disse ela.

Despedida

“Saudades eternas do menino que encantou a quebrada”. Essa era a mensagem nas camisetas dos fãs que acompanharam a descida do caixão de Kevin Bueno Nascimento, o MC Kevin, na manhã desta terça-feira, um registro de sua identificação com a periferia.

Enterrado no Parque dos Pinheiros, na Zona Norte de São Paulo, MC Kevin recebeu o carinho de moradores da periferia de São Paulo durante o trajeto desde a quadra da Unidos de Vila Maria. No local ele recebeu a visita de uma multidão de pessoas, com rojões e fogos de artifício, por quatro horas durante a madrugada e início da manhã.

Pelo percurso até o cemitério, da Vila Japão e ao longo da rodovia Fernão Dias, moradores filmavam de suas casas, de cima das lajes e à beira da estrada o cortejo com o corpo do artista. Nas residências encostadas na rodovia, bastava abrir as janelas. Selfies e vídeos para registrar a passagem dos carros e motos que seguiram o corpo de Kevin.

“O funk não mudou em nada a vida do Kevin. Mudou a vida dele financeiramente, mas ele continuou o mesmo”, afirmou Daniel Morato, amigo de Kevin.

Kevin foi enterrado ao ritmo de funk, gênero com o qual se popularizou. Uma multidão de fãs acompanhou a cerimônia, e não foi possível evitar a aglomeração em meio à pandemia. O ronco do motor das motos e a música gospel se alternaram às palmas cadenciadas com as músicas do funkeiro.

Mais de uma dúzia de coroas de flores haviam chegado ao cemitério, enviados por amigos do funk, igrejas e admiradores, até a despedida. Uma bandeira da Unidos de Vila Maria, escola de samba da qual nunca se afastou, cobriu a urna.

O estrelato não afastou Kevin de seu berço. Até a pandemia chegar, ele jogava futebol no campo da Vila Maria todas as quintas-feiras. Colaborava nas ações sociais para as crianças do bairro, que viam nele um ídolo.

Versões

Um turista mineiro, que está a passeio no Rio com a família, contou que, horas antes de Kevin cair da varanda do hotel e morrer, ele presenciou uma briga entre o funkeiro, a mulher e membros da produção do artista.

A confusão, de acordo com o turista, aconteceu por volta de 14h de domingo. Irritado, o cantor teria arremessado uma garrafa de cerveja na entrada principal do prédio e logo em seguida foi sozinho à praia.

“Eu chegava no hotel com a minha família, por volta das 14h, e ele já estava no hall muito nervoso com a equipe e, principalmente, com a mulher dele. Ela saiu do hotel e foi para a parte externa”, lembra Luiz Henrique Rabêlo Pires, de 31 anos, que completou:

“Ele jogou uma garrafa de cerveja no chão e mandou ela entrar. O tempo todo ele ficava gritando com a equipe de produção, principalmente com o segurança, dizendo que tinha que fazer o que ele mandava. Não deu para entender o motivo da briga, mas logo depois ele saiu para a praia sozinho e ninguém foi com ele. Foi o que eu observei. Tudo isso aconteceu entre 14h ou 14h30. Depois eu não vi mais ele, e só soubemos depois do acidente”, destacou.

Em depoimento prestado ao delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), a modelo fitness Bianca Domingues e o funkeiro Victor Elias Fontenelle contaram que estavam no quarto 502 de um hotel na orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, quando Kevin caiu e morreu.

Os dois relataram ter mantido relações sexuais no quarto e, depois, a moça teria ido com Kevin para a varanda. Receoso de que sua mulher chegasse, ele teria tentado pular para o apartamento de baixo.

Ao delegado, eles afirmaram que Mc Kevin e Vitor estavam passeando no calçadão e conheceram Bianca em um quiosque, na tarde de domingo, dia 16. Os três seguiram para a suíte. Segundo os depoimentos, um terceiro amigo, que também trabalhava na produção dos shows do cantor, tentou entrar no quarto, mas teria sido impedido por Kevin e Victor. Deolane Bezerra, que estava hospedada no quarto 1302 do mesmo hotel, procurava pelo marido através de ligações e mensagens, mas não chegou a deixar o apartamento.

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