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Fieam cobra queda maior da Selic e vê conservadorismo em corte de juros pelo BC
Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), o empresário Antônio Silva (a esquerda), e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Weslei Santos/ Rede Cenarium)
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07 de fevereiro de 2024
Hector Muniz – Da Revista Cenarium
MANAUS (AM) – O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), o empresário Antônio Silva, afirmou em entrevista à REVISTA CENARIUM que considera o corte da taxa de juros pelo Banco Central (BC) como positivo, mas excessivamente conservador.
Para ele, o corte deveria ser maior, dado que a inflação está controlada. A taxa de juros é o principal mecanismo para controlar a inflação, que atualmente está no patamar abaixo de 5%. Especialistas apontam que o mecanismo é nocivo, uma vez que, ao aumentar os juros para segurar a inflação, o consumo cai e o crédito fica mais caro, inclusive para a indústria e o comércio.
“Embora positivo, considero o corte ainda excessivamente conservador. Com a inflação controlada, acredito que as reduções poderiam adotar um ritmo mais agressivo, a fim de minorar de forma mais significativa o custo financeiro suportado pelas empresas”, disse Antônio Silva.
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Antônio Silva diz ainda que a indústria também tem sofrido impactos significativos. Em 2023, a produção industrial diminuiu, segundo ele. Silva cobrou apoio ao setor por parte do governo federal. O governo tem feito anúncios de subsídios à indústria.
“Se considerarmos apenas o período de janeiro a novembro de 2023 com o mesmo período de 2022, a produção industrial apresentou queda de 0,9%. Assim, entendo que há espaço para um movimento mais arrojado por parte do governo.“
O presidente do Sistema Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Frota, destaca que até novembro, de fato, os empresários do Amazonas sentiram dificuldades em toda a cadeia econômica, mas o mês de dezembro trouxe sinais de melhora.
Segundo ele, a atuação do governo por meio do programa Desenrola Brasil, que renegocia dívidas de pessoas físicas, recuperou o crédito das famílias, um dos principais motores da economia.
“A medida que os empregos foram sendo restaurados pelo movimento comercial e a economia começou a funcionar, os empregos distribuíram renda. Com a renda, você tem a recuperação do crédito. Depois o governo veio também com o ‘Programa Desenrola’, e esse programa resolveu um grande problema da inadimplência de muitas pessoas e este ainda está em vigor e, gradativamente, está atingindo valores maiores e está diminuindo a inadimplência, não deixando o consumidor em negatividade”, destacou Aderson.
Taxa Selic
A economista Denise Kassama explica que a menor taxa de juros estimula o consumo. Com esse barateamento do crédito, as pessoas conseguem consumir mais, o que estimula o comércio e a própria indústria.
“A taxa menor de juros estimula o consumo. Então, o crédito fica mais barato, as pessoas conseguem parcelar suas compras a juros mais baixos. Isso estimula o comércio, que demanda mais da indústria, e as pessoas trabalhando mais geram emprego e renda”, destacou Kassama.
A taxa Selic é usada como base para os juros bancários. O primeiro corte ocorreu em agosto do ano passado, em meio a embates entre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que em fevereiro cobrou a redução da taxa para aquecer a economia.
Desde então, a Selic caiu 2,5% no período de um ano. Os cortes são decididos pelo Conselho de Política Monetária (Copom), que se reúne a cada 45 dias e decide se mantém ou corta a taxa de juros.
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