Fórum Social Pan-Amazônico: evento mobiliza sociedade em defesa do meio ambiente e povos tradicionais

O Fórum reúne representantes dos nove países da Pan-Amazônia (João Paulo Guimarães)

João Paulo Guimarães – Especial para a Revista Cenarium

BELÉM (PA) – Um celeiro cultural de diversidades étnicas que demandam o fim das políticas públicas predatórias do meio ambiente e dos povos tradicionais marcam o início da décima edição do Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa) realizado na quinta-feira, 28, no Campi da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Com palestras iniciais no Auditório Benedito Nunes e credenciamentos de delegações, o Fórum reúne representantes dos nove países da Pan-Amazônia, sendo eles, Brasil, Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, além de outros países da Europa e Ásia.

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Espaço de fala

Vindos de Jacundá, próximo de Marabá, da Aldeia Guarany, Tantantin Guarany, de 19 anos, e Maria Divina Guarany, de 44 anos, vieram para Belém, no Pará, pedir o fim da violência contra seus irmãos e irmãs no Mato Grosso. Elas entendem que o Estado não vem dando assistência da forma devida para o genocídio que vem ocorrendo com o apoio da polícia militar.

Marcha de abertura do Fórum Social Pan-Amazônico (João Paulo Guimarães)

“A gente tá vindo para lutar pelos nossos direitos, porque a gente precisa de muita ajuda. É muito triste a gente ver tanta violência com nossos parentes e não poder fazer nada. O Fórum pode ser essa ajuda que a gente necessita, porque abre espaço de fala para nós”.

Marcha

A marcha de abertura do Fórum Social Pan-Amazônico teve concentração na escada da Estação das Docas, à beira da Baía da Guanabara. Um carro de som foi utilizado para dar fala as mais de 60 organizações de oito países, além das vozes de lideranças indígenas, quilombolas, ribeirinhas e de periferia que tomaram as ruas de Belém aos gritos de “Fora, Bolsonaro!”.

Preocupações quanto às vidas indígenas e ao meio ambiente foram pontos destacados durante todo o percurso da marcha, na qual também foram lembradas as mortes do indigenista Bruno e do jornalista do The Guardian, Dominic Mark Phillips, ambos assassinados em território indígena no Vale do Javari.

Ao longo do trajeto, uma chuva forte caiu na cidade das mangueiras, mas o público se manteve firme na marcha que finalizou na Praça Waldemar Henrique, com discursos do Prefeito Edmilson Rodrigues e do reitor da UFPA, Eduardo Tourinho, que falou sobre a importância da educação, da ciência e do ensino superior. A 10ª Fospa encerra dia 31, no domingo.

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