Luís Henrique Oliveira – Da Revista Cenarium
MANAUS – Enquanto grande parte dos médicos atua na linha de frente para o combate à pandemia da Covid-19 no Amazonas, o ginecologista Mário Vianna, que ganha R$ 22,27 mil como perito criminal da Polícia Civil sem trabalhar, passa boa parte do seu tempo em veículos de comunicação, atacando o Executivo estadual, enquanto poderia prestar apoio à categoria médica.
A última do presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam) é que, agora, a saúde pública, que foi totalmente reformulada para atender às vítimas do novo coronavírus, com aumento substancial de leitos, necessita de intervenção federal.
Aproveitando-se do cargo de presidente do Sindicato para afastar-se da função pública, Mário Vianna recebe, anualmente, cerca de R$ 268 mil como perito criminal, sem exercer o cargo (valor bruto, sem adicional de férias e descontos legais).
Apesar de declarar esse valor, a empresa recebeu, nos últimos quatro anos, R$ 197,64 milhões para prestar assistência à rede pública de saúde, o equivalente a R$ 1,401 milhão por sócio – são 141 no total, segundo o QSA (quadro de sócios e administradores) disponível no portal da Receita Federal.
A manobra política do médico, que é ligado a grupos de oposição ao atual governador do Amazonas, Wilson Lima, teve início com um pedido de impeachment malsucedido contra o chefe do Executivo.
E seu vice, Carlos Almeida, usando a pandemia da Covid-19 para tentar desviar o foco das autoridades em um período em que a saúde sofria forte pressão em decorrência da disseminação do novo coronavírus no Amazonas e no restante do país, simultaneamente.
Após a análise da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o pedido, considerado vago pela maioria dos parlamentares, foi arquivado. O documento foi protocolado após a redução do contrato do Governo do Estado com o ICEA pela atual gestão.
A insistência em atingir o Governo do Estado tem, claramente, finalidade política. Após amargar, em 2019, uma derrota na eleição para o cargo de conselheiro titular pelo Amazonas, no Conselho Federal de Medicina (CFM), restou a Vianna a reeleição à presidência do Simeam, pelo terceiro mandato.
O cargo não atraiu o interesse dos profissionais médicos, já que a chapa de Vianna, a única a participar do pleito, foi reeleita por aclamação em dezembro do ano passado, em meio à pandemia da Covid-19.
Sem respostas
A REVISTA CENARIUM entrou em contato com o presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), médico Mário Vianna, para falar sobre o apoio aos especialistas sindicalizados, mas os telefonemas não foram atendidos.
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