Governo do AM irá cancelar contrato com Hapvida em 2023; empresa de plano de saúde está com risco de insolvência 

No Amazonas, a empresa é alvo de denúncias dos clientes por não entregar o que promete no ato de assinatura do convênio (Ricardo Oliveira/CENARIUM)
Da Revista Cenarium e Agência Estado

MANAUS – Após apresentar ineficiência no atendimento a servidores da Secretaria de Educação do Amazonas (Seduc-AM) e risco de falência, a operadora de plano nacional de saúde Hapvida NotreDame Intermédica teve seu convênio suspenso pelo Governo do Amazonas e o Estado deverá cancelar, definitivamente, o contrato com a empresa em 2023. A informação foi confirmada pela REVISTA CENARIUM.

A Hapvida tem 28% de probabilidade de insolvência no Ibovespa, um percentual considerado alto por analistas, segundo uma pesquisa realizada pela Economatica nesta quinta-feira, 23, e publicada pela Agência Estadão. No Amazonas, a empresa é alvo de denúncias dos clientes por não entregar o que promete no ato de assinatura do convênio.

Há mais de seis anos, a Hapvida firmou contrato com a Seduc para fornecer atendimento médico aos servidores da secretaria na capital e no interior (Ricardo Oliveira/CENARIUM)

O cálculo da Economatica é realizado com base em uma fórmula que inclui valores do capital circulante líquido, ativos totais, reservas de lucro, Ebit (lucro antes de juros e imposto de renda), patrimônio líquido e ativos passivos.

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Régis Chinchila e Luis Novaes, especialistas da Terra Investimentos, explicam que a Hapvida e outras companhias citadas no estudo da Economatica não tiveram tempo de se preparar, financeiramente, para o impacto dos juros altos.

Com o mercado especulando que os juros seguirão no mesmo patamar, até metade do próximo ano, a 13,75%, e com possibilidade de queda apenas no final de 2023, empresas com grandes passivos continuarão tendo seus resultados pressionados, o que aumenta o risco de insolvência, destacaram os especialistas.

A Hapvida tem 28% de probabilidade de insolvência no Ibovespa, um percentual considerado alto pelos analistas
(Ricardo Oliveira/CENARIUM)

Seduc

Há mais de seis anos, a Hapvida firmou contrato com a Seduc para fornecer atendimento médico aos servidores da secretaria, na capital e no interior do Amazonas, que somam, aproximadamente, 20 mil beneficiários. O contrato firmado era de R$ 87 milhões.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Amazonas (Sinteam), a empresa não conseguia atender a demanda e resistia às melhorias solicitadas pelos servidores, dentre elas, a de reduzir o tempo de espera por consultas médicas, que demoravam até três meses, e a não realização de procedimentos cirúrgicos prometidos em convênio.

Em outubro, o Tribunal de Contas do Amazonas (TCE) atendeu a um pedido de medida cautelar para suspender pagamentos do contrato de prestação de serviços da Hapvida, mas a medida foi revogada após análise de documentos apresentados pela Seduc.

No Amazonas, a empresa é alvo de denúncias dos clientes (Ricardo Oliveira/CENARIUM)

Nas últimas duas semanas, técnicos da Secretaria de Educação do Amazonas reavaliaram os procedimentos realizados pela Hapvida, junto aos servidores da pasta, e indicaram que há descumprimento de cláusulas contratuais e, por essa razão, indicaram a rescisão do contrato com a operadora de plano de saúde.

Procurada pela REVISTA CENARIUM, a Hapvida não deu retorno quanto às demandas solicitadas até a publicação desta matéria.

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