Governo do Pará adia mais uma vez entrega do BRT Metropolitano

Construção do BRT Metropolitano está atrasada (Reprodução/Agência Pará)
Daleth Oliveira – Da Revista Cenarium

BELÉM (PA) – A entrega do BRT Metropolitano, projeto para ampliar e integrar o transporte público da Região Metropolitana de Belém (PA) foi adiada mais uma vez. O Governo do Pará informou à REVISTA CENARIUM que a nova previsão para início do funcionamento do Bus Rapid Transit (BRT) na rodovia BR 316, única entrada e saída capital paraense, é para o segundo semestre de 2024.

O projeto foi iniciado em 2019 com o prazo de conclusão de 19 meses. A contar do início da obra, a população já deveria estar usufruindo das instalações desde agosto de 2020. Entretanto, em meados de 2023, as pistas do BRT seguem inutilizadas e nem metade das passarelas previstas para o trecho, que são 13, foram instaladas.

Trabalhador na construção do BRT Metropolitano (Reprodução/Agência Pará)

Do Governo do Pará, o projeto Nova BR inclui a implantação de integração do BRT que devem ligar os municípios de Belém, Ananindeua, Marituba e Benevides, com orçamento atual de R$ 478 milhões. Por meio de nota, o Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM) afirmou que cenários externos à administração estadual são motivos de tanto atraso.

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“Questões como a crise sanitária da Covid-19, mudança de empresa responsável pela obra e metodologia de execução do projeto, tornaram necessária a atualização da previsão de conclusão”, justifica o órgão do Governo do Estado.

Transtornos aos moradores da região

As obras do BRT Metropolitano se arrastam desde 2019, causando transtornos a quem precisa trafegar pela única entrada e saída de Belém. Isso porque foi necessário estreitar as pistas, alterar fluxo de veículos em diversos pontos, causando lentidão na via. Para piorar, a rodovia alaga quando chove, é o que afirma a comerciante Kátia Silva, 46.

“O trânsito só vem piorando nos últimos anos. Hoje temos vários pontos da via que ficam alagados, creio que seja por conta da quantidade de entulhos que contribuem para entupir os bueiros. Antes da obra do BRT Metropolitano não tínhamos alagamentos como os que ocorrem atualmente”, reclama a moradora de Ananindeua, na região metropolitana de Belém.

Trânsito intenso nas proximidades da obra (Reprodução/Agência Pará)

Ela mora no KM 8 da BR-316 e acessa a rodovia diariamente. “Todo dia estou nesse sufoco em transporte particular. Saio de casa geralmente às 5h40 e o trajeto que antes levaria em média 10 minutos, hoje leva mais de 30. Não posso atrasar de jeito nenhum, pois por volta das 7h da manhã a BR já está um caos, com quilômetros de congestionamento”, relata a moradora, que destaca que os problemas não param por aí.

“Também temos falta de sinalização adequada nos concretos que são utilizados na estrada, já vi acidentes ocorrerem por causa da inexistência de alinhamento ou marcação de que estes irão recuar ou invadir mais a pista, sem falar da falta de educação dos condutores dos veículos, que são extremamente apressados e trafegam pela ciclovia ou até pela calçadas de alguns estabelecimentos”, continua Katia.

Trabalhadores no corredor da construção do BRT Metropolitano (Reprodução/ Agência Pará)

Sem qualidade de vida

O universitário Erick Alef, 27 anos, enfrenta os mesmos problemas citados por Kátia, mas de outra ótica: dentro de um ônibus lotado. “Moro em Marituba e pego ônibus de segunda a sexta para a Universidade Federal do Pará (UFPA). Todos os dias preciso acordar bem cedo, umas 5h, pois após as 7h da manhã, o trânsito fica péssimo, isso acaba com minha qualidade de vida, pois perco horas de sono e descanso, só pra evitar engarrafamento”.

“As obras do BRT em alguns trechos parecem abandonadas e essa “melhora futura” está atrapalhando demais no presente. Espero que seja entregue logo, mas pelo visto quem sabe em 4 anos”, finaliza.

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